Oriente Médio

Israel atinge Baalbek no Líbano, cidade densamente povoada e declarada patrimônio mundial pela Unesco

Baalbek abriga alguns dos templos romanos mais bem preservados; algumas ruínas tem mais de 3 mil anos

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
A fumaça sobe do local de um ataque aéreo israelense que teve como alvo a cidade de Baalbek, no leste do Líbano, no vale de Bekaa, em 30 de outubro de 2024 - Nidal SOLH / AFP

Ataques aéreos atingiram a cidade de Baalbek, no leste do Líbano, e seus arredores, informou um correspondente da AFP, horas depois que Israel emitiu um pedido de deslocamento forçado daquela área.

O prefeito de Baalbek, Mustafa al-Shall, confirmou que os ataques atingiram a cidade e seus arredores, enquanto a mídia estatal disse que “aviões de guerra inimigos lançaram uma série de ataques na área de Asira da cidade de Baalbek” e em uma cidade próxima.

Baalbek foi designada como Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em 1984 e abriga alguns dos templos romanos mais bem preservados; algumas ruínas tem mais de 3 mil anos de idade.

Na manhã desta quarta-feira (30), os moradores de Baalbek saíram correndo de suas casas depois que o exército israelense ordenou que a maior cidade do leste do Líbano e seus arredores fossem evacuados pela primeira vez em mais de um mês de guerra, sob a alegação de que estava preparando ataques contra alvos do Hezbollah.

Logo após o anúncio do exército israelense, o prefeito de Baalbek disse à Al Jazeera que as áreas alvos dos ataques são densamente povoadas. “Peço aos cidadãos que evacuem suas áreas imediatamente para preservar suas vidas. Estamos coordenando com os serviços de segurança e a Cruz Vermelha a evacuação dos moradores”, disse.

“Queremos garantir que os cidadãos saiam e cheguem com segurança às áreas seguras”, disse a autoridade libanesa. “Estamos enfrentando um ataque grande e generalizado e o povo de Baalbek-Hermel está pagando um preço alto na guerra.

Cessar-fogo

O novo líder do Hezbollah, Naim Qassem, disse na quarta-feira (30) que concordaria com um cessar-fogo com Israel sob condições aceitáveis, mas afirmou que um acordo viável ainda não foi apresentado.

“Se os israelenses decidirem que querem parar a agressão, dizemos que aceitamos, mas nas condições que consideramos apropriadas e adequadas”, disse Qassem em um discurso pré-gravado, embora tenha acrescentado que um acordo adequado não foi oferecido.

*Com AFP e Al Jazeera

Edição: Leandro Melito