A relatora especial da ONU para os Territórios Palestinos ocupados, Francesca Albanese, acusou nesta terça-feira (29) Israel de buscar a "erradicação dos palestinos" por meio do "genocídio". A especialista tem mandato do Conselho de Direitos Humanos, mas não fala em nome da ONU.
Ela disse que "o genocídio da população palestina parece ser o meio para alcançar um fim: a completa expulsão ou erradicação dos palestinos da terra que é parte essencial de sua identidade, e que Israel cobiça ilegal e abertamente".
"O genocídio em Gaza é uma tragédia anunciada, e existe o risco de que se estenda a outros palestinos que vivem sob o domínio israelense", disse Albanese. O "objetivo de 'Grande Israel' ameaça suprimir a população autóctone palestina", acrescentou a jurista italiana.
Também nesta terça, o enviado da ONU para o Oriente Médio ressaltou a gravidade da escalada da violência na região, dadas as campanhas militares de Israel contra a Faixa de Gaza, Líbano, Síria e Iêmen, além de ataques no Irã.
"Entramos no segundo ano desse horrível conflito e a região está à beira de outra grave escalada. A violência nos territórios palestinos ocupados e na região em geral não mostra sinais de diminuir", declarou Tor Wennesland ante o Conselho de Segurança da ONU.
O movimento libanês Hezbollah anunciou que seu número dois, Naim Qassem, vai suceder Hassan Nasrallah, assassinado em 27 de setembro em ataque israelense no sul de Beirute. Qassem, 71 anos, foi um dos fundadores do Hezbollah em 1982 e era o vice-secretário-geral do movimento político-militar desde 1991, um ano antes de Nasrallah assumir a liderança. Ele nasceu em Beirute em 1953, em uma família procedente de Kfar Fila, na fronteira com Israel.
"O Conselho da Shura (órgão dirigente do movimento) concordou em eleger o xeque Naim Qassem como secretário-geral do Hezbollah", afirma um comunicado..
Mas a nomeação foi rotulada de "temporária" e não vai durar muito, disse o ministro da Defesa de israel, Yoav Gallant, na rede social X, sugerindo que ele será assassinado também.
O primeiro-ministro irlandês, Simon Harris, pediu nesta terça-feira (29) à União Europeia (UE) que "reveja as suas relações comerciais" com Israel, depois de ter sido votada neste país uma lei que proíbe as atividades da agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA).
O líder do partido conservador Fine Gael fez estas declarações durante uma visita a Dublin do futuro presidente do Conselho Europeu, o português António Costa, que tomará posse no final do ano.
O projeto de lei foi votado na segunda-feira pelo Parlamento israelense, o Knesset, e aprovado com 92 votos a favor e 10 contra, no marco de anos de críticas israelenses à UNRWA, que aumentaram desde o início da guerra em Gaza, há um ano.
"O passo mais importante que a União Europeia poderia dar agora é rever as relações comerciais a nível da UE. O que Israel e o Knesset fizeram ontem à noite é desprezível, vergonhoso e vergonhoso", disse Simon Harris.
"Mais pessoas morrerão, mais crianças morrerão de fome", acrescentou. A Irlanda é um dos países europeus mais críticos de Israel desde o início da guerra em Gaza.
Edição: Rodrigo Durão Coelho