O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse, nesta segunda-feira (3), não ter garantias de que o cessar-fogo em Gaza será mantido, na véspera de um encontro, na Casa Branca, com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
"Não tenho nenhuma garantia de que a paz será mantida", disse Trump, ao lado de seu enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff, que acrescentou: o acordo "está resistindo até agora, então certamente temos a esperança (...) de libertar os reféns, salvar vidas e chegarmos, como esperamos, a uma solução pacífica".
O foco da conversa entre os líderes será justamente a duração do cessar-fogo na Faixa de Gaza. Segundo os termos da trégua vigente, ambos os lados do conflito devem iniciar em breve as conversas sobre um cessar-fogo duradouro, que tem sido questionado por Trump.
Procurado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra, Netanyahu será o primeiro líder estrangeiro a visitar os EUA. O convite foi feito formalmente pelo republicano por meio de uma carta, para "discutir como podemos levar a paz a Israel e seus vizinhos, além de esforços para combater nossos adversários mútuos".
Após assumir o governo, Trump declarou sua intenção de transferir os palestinos de Gaza para o Egito e a Jordânia, como possível solução para o conflito na Faixa de Gaza.
Pouco mais de duas semanas após o início da trégua em Gaza, duas autoridades do Hamas disseram que o grupo estava pronto para iniciar conversas sobre os detalhes de uma segunda fase, o que poderia ajudar a garantir um cessar-fogo duradouro.
Antes de deixar Israel, Netanyahu disse aos repórteres que discutiria a “vitória sobre o Hamas”, o combate ao Irã e a libertação de todos os reféns durante o encontro comTrump na terça-feira.
Com a manutenção de cessar-fogos frágeis em Gaza e no Líbano - onde uma campanha israelense enfraqueceu gravemente o Hezbollah, apoiado pelo Irã - Israel voltou seu foco para a Cisjordânia ocupada e para uma operação que, segundo ele, tem como objetivo erradicar o extremismo que já matou dezenas de pessoas.
Netanyahu disse que as decisões de Israel em tempos de guerra remodelaram o Oriente Médio e que, com o apoio de Trump, isso poderia ir “ainda mais longe”.
O gabinete do presidente palestino Mahmud Abbas denunciou nesta segunda-feira (3) uma operação israelense na Cisjordânia ocupada como “limpeza étnica”. A presidência palestina “condenou a expansão das autoridades de ocupação de sua guerra abrangente contra nosso povo palestino na Cisjordânia para implementar seus planos destinados a deslocar cidadãos e fazer uma limpeza étnica”, disse o porta-voz Nabil Abu Rudeineh em um comunicado.
Edição: Leandro Melito