Após vários meses de discussões, a Alemanha anunciou que enviará 14 tanques Leopard-2 para a Ucrânia e aprovará a reexportação dos veículos por terceiros países.
A informação foi confirmada pelo chanceler alemão Olaf Scholz nesta quarta-feira (25), que declarou que os tanques virão das reservas das forças armadas do Bundeswehr.
"Esta decisão está de acordo com nossa conhecida linha de apoio à Ucrânia da melhor maneira possível", disse Scholz em comunicado.
:: Ocidente acelera armamento inédito à Ucrânia para antecipar ofensiva russa ::
Já o porta-voz do gabinete alemão, Steffen Hebeshtreit, informou que o novo pacote de assistência às Forças Armadas da Ucrânia também incluirá treinamento militar, manutenção de sistemas, assistência logística e transferência de munição.
De acordo com ele, Berlim tomou essa decisão após intensas negociações com parceiros europeus e internacionais.
Apesar das grandes entregas de armas à Ucrânia durante a guerra iniciada pela Rússia, a Alemanha por muito tempo se absteve de transferir esse tipo de equipamento militar, ao contrário do Reino Unido, que alocou tanques Challenger. A justificativa usada pelo governo alemão era de que a decisão aumentaria o conflito na linha de frente e representaria uma provocação a Moscou.
Também nesta quarta-feira (25), Olaf Scholz respondeu a perguntas de deputados do Bundestag sobre a decisão de Berlim de fornecer armas pesadas à Ucrânia, sendo questionado por que o governo mudou a sua posição.
"Seria um erro terrível continuar seguindo nossa própria linha, devemos nos coordenar com nossos parceiros e aliados", disse Scholz.
"Nunca usei a palavra 'provocação'. Uma provocação é a guerra agressiva da Rússia contra a Ucrânia", acrescentou.
Reação da Rússia
O embaixador russo em Berlim, Sergei Nechaev, por sua vez, comentou a decisão da Alemanhã, afirmando que a iniciativa de transferir tanques para Kiev levará o conflito a um novo patamar de confronto.
Em um comunicado divulgado nesta quarta-feira (25), a embaixada disse que por suas ações "a Alemanha renunciou à sua responsabilidade histórica para com a Rússia", decorrente dos crimes do nazismo durante a Segunda Guerra Mundial.
"Esta decisão extremamente perigosa leva o conflito a um novo nível de confronto e vai contra as declarações de políticos alemães que garantiram sua relutância em se envolver em um confronto", disse o embaixador russo.
Edição: Vivian Virissimo