Guerra na Ucrânia

Alemanha fornecerá tanques Leopard-2 à Ucrânia; Rússia fala em 'novo patamar' do conflito

Decisão da Alemanha surge após meses de relutância em anunciar o fornecimento deste tipo de equipamento militar

Rio de Janeiro |

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Unidades de tanques do exército ucraniano se dirigem para a linha de frente de Kherson em 18 de novembro de 2022 - Bulent Kilic / AFP

Após vários meses de discussões, a Alemanha anunciou que enviará 14 tanques Leopard-2 para a Ucrânia e aprovará a reexportação dos veículos por terceiros países.

A informação foi confirmada pelo chanceler alemão Olaf Scholz nesta quarta-feira (25), que declarou que os tanques virão das reservas das forças armadas do Bundeswehr.

"Esta decisão está de acordo com nossa conhecida linha de apoio à Ucrânia da melhor maneira possível", disse Scholz em comunicado.

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Já o porta-voz do gabinete alemão, Steffen Hebeshtreit, informou que o novo pacote de assistência às Forças Armadas da Ucrânia também incluirá treinamento militar, manutenção de sistemas, assistência logística e transferência de munição.

De acordo com ele, Berlim tomou essa decisão após intensas negociações com parceiros europeus e internacionais.

Apesar das grandes entregas de armas à Ucrânia durante a guerra iniciada pela Rússia, a Alemanha por muito tempo se absteve de transferir esse tipo de equipamento militar, ao contrário do Reino Unido, que alocou tanques Challenger. A justificativa usada pelo governo alemão era de que a decisão aumentaria o conflito na linha de frente e representaria uma provocação a Moscou.

Também nesta quarta-feira (25), Olaf Scholz respondeu a perguntas de deputados do Bundestag sobre a decisão de Berlim de fornecer armas pesadas à Ucrânia, sendo questionado por que o governo mudou a sua posição. 

"Seria um erro terrível continuar seguindo nossa própria linha, devemos nos coordenar com nossos parceiros e aliados", disse Scholz.

"Nunca usei a palavra 'provocação'. Uma provocação é a guerra agressiva da Rússia contra a Ucrânia", acrescentou.

Reação da Rússia

O embaixador russo em Berlim, Sergei Nechaev, por sua vez, comentou a decisão da Alemanhã, afirmando que a iniciativa de transferir tanques para Kiev levará o conflito a um novo patamar de confronto.

Em um comunicado divulgado nesta quarta-feira (25), a embaixada disse que por suas ações "a Alemanha renunciou à sua responsabilidade histórica para com a Rússia", decorrente dos crimes do nazismo durante a Segunda Guerra Mundial.

"Esta decisão extremamente perigosa leva o conflito a um novo nível de confronto e vai contra as declarações de políticos alemães que garantiram sua relutância em se envolver em um confronto", disse o embaixador russo. 

Edição: Vivian Virissimo