O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, amenizou nesta quinta-feira (17) as declarações do seu chefe de gabinete, Stian Jensen, que sugeriu na última terça-feira (15) que a Ucrânia poderia ingressar na Otan como moeda de troca se ceder territórios à Rússia. O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia rechaçou a proposta prontamente.
De acordo com ele, não há quaisquer planos para usar o ingresso na Otan como moeda de troca para uma possível negociação de ceder territórios à Rússia.
"Cabe aos ucranianos e somente aos ucranianos determinar quando as condições para as negociações serão atendidas, e cabe a eles decidir na mesa de negociações, se houver, qual escolha é aceitável", disse ele.
Segundo Stoltenberg, "a política da Otan permanece inalterada". Ele destacou que a organização deve apoiar a Ucrânia dentro das fronteiras internacionalmente reconhecidas, para apoiar sua soberania e integridade territorial.
Jensen havia dito dois dias antes que "que a solução pode ser a Ucrânia desistir de territórios e obter a adesão à Otan em troca", durante um evento na Noruega.
Já Stoltenberg afirmou ainda que a Ucrânia seguramente recuperará suas terras, apesar desse processo estar sendo lento. Durante uma coletiva de imprensa na Noruega, ele garantiu que a Otan continuará o apoio à Ucrânia até a sua vitória.
Ele disse que há um amplo acordo nesse sentido entre os dois partidos no Congresso dos EUA. Ao mesmo tempo, reconheceu que, dentro da Otan, as discussões sobre como acabar com a guerra e alcançar a paz na região continuam.
O secretário-geral da OTAN também tocou na questão das armas nucleares. Segundo ele, a aliança militar ocidental não observa nenhuma mudança nas forças nucleares da Rússia e, portanto, a entidade não vê razão para revisar suas próprias instalações nessa área.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, solicitou a adesão acelerada da Ucrânia à Otan em 30 de setembro de 2022. Na cúpula da Otan em Vilnius, em julho, os países participantes da aliança concordaram em simplificar o processo de entrada da Ucrânia no bloco, mas não houve decisão sobre um prazo para um convite concreto ao país.
Em particular, durante a cúpula, o secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, disse que esta questão sobre o possível ingresso da Ucrânia na organização perderá relevância se Kiev não obter vitória na guerra com a Rússia.
Edição: Rodrigo Durão Coelho