Os países ocidentais temem que a Ucrânia tenha cada vez menos oportunidades de se preparar para uma nova ofensiva contra a Rússia e, portanto, estão prontos para enviar armas adicionais a Kiev o mais rápido possível. A informação foi publicada pelo The New York Times, citando fontes da Otan e da Casa Branca.
De acordo com a publicação, o fornecimento de armas adicionais do Ocidente à Ucrânia contaria com equipamentos que os países se recusavam a enviar a Kiev durante todo o período da guerra com a Rússia até então, em particular seus principais tanques de batalha.
Em dezembro, o comandante-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Valery Zaluzhny, disse que a Rússia lançaria uma nova ofensiva na Ucrânia, inclusive contra a capital Kiev, nos primeiros meses de 2023. De acordo com a inteligência militar do Ministério da Defesa ucraniano, para viabilizar essa ofensiva, Moscou supostamente realizaria uma nova mobilização de 500.000 militares para o exército russo.
Ao mesmo tempo, as Forças Armadas da Ucrânia disseram que estavam planejando sua própria ofensiva "em toda a Ucrânia, da Crimeia a Donbass" até março. A inteligência ocidental acredita que Kiev está se preparando para atacar no inverno.
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Nesse contexto, os Estados Unidos anunciaram o fornecimento de sistemas de mísseis antiaéreos Patriot e veículos de combate de infantaria Bradley para Kiev. Além disso, de acordo com o portal Politico, Washington está discutindo a possibilidade de fornecer um lote de veículos de combate blindados Stryker. No entanto, a administração de Joe Biden não estaria considerando o envio de caças, mísseis de longo alcance que podem atingir alvos na Rússia.
Em janeiro, as autoridades da Polônia e da Grã-Bretanha anunciaram sua intenção de fornecer veículos de combate à Ucrânia. O presidente francês Emmanuel Macron disse que veículos blindados AMX-10 RC (também chamados de tanques leves) seriam entregues a Kiev. Segundo o chefe do Ministério da Defesa francês, isso acontecerá nos próximos dois meses. Já a Alemanha, pela primeira vez, prometeu fornecer veículos de combate Marder e uma bateria de sistemas de mísseis antiaéreos Patriot.
As autoridades ucranianas dizem que os veículos blindados desempenharão um papel fundamental na batalha para recuperar o controle das principais cidades nas regiões do leste do país que fazem fronteira com a Rússia. O comandante-em-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Valeriy Zaluzhny, disse que, para esses fins, a Ucrânia precisa de cerca de 300 tanques de batalha principais de estilo ocidental e cerca de 600 unidades de outros veículos blindados ocidentais.
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De acordo com um alto funcionário da Otan, citado pela publicação norte-americana, uma mudança no equilíbrio de poder no leste da Ucrânia é necessária para quebrar o impasse na guerra. E para isso, é necessário enviar um número suficiente de tanques modernos - sem isso, seria improvável que a Ucrânia recupere territórios significativos, afirma a fonte. O Pentágono também concorda que a Ucrânia precisa de tanques.
Além disso, um alto funcionário da Casa Branca, falando sob condição de anonimato, disse ao New York Times que Washington não persuadiu Berlim a enviar tanques e que o governo alemão decidiria sobre o nível de apoio militar à Ucrânia. A fonte da publicação descreveu as discussões entre Washington e Berlim como "muito ativas".
Edição: Arturo Hartmann