Em mais um dia de protestos contra o arrocho ultraliberal na Argentina nesta quarta-feira (12), o governo de extrema direita de Javier Milei colocou em ação as medidas de repressão previstas no protocolo de segurança da ministra Patricia Bullrich contra os manifestantes.
Gás lacrimogêneo foi utilizado contra a população que protestava desde a manhã na Praça do Congresso, durante votação no Senado o projeto conhecido como Lei de Bases, pacote de medidas ultraliberais que Milei tenta aprovar desde o início de seu mandato.
Entre os feridos estão cinco deputados do partido de esquerda União Pela Pátria (UxP), que estavam no protesto. O deputado Carlos Castagneto foi um dos mais afetados e teve de ser levado para a enfermaria da Câmara dos Deputados. Depois, junto com outros quatro colegas de partido, foi levado para o hospital Santa Lucía.
[AHORA] 🚨Gasearon a diputados de Unión por la Patria
— Tiempo Argentino (@tiempoarg) June 12, 2024
La policía los abordó cuando se acercaron a manifestarse contra la Ley Bases. pic.twitter.com/fEjXWD2f83
Militantes kirchneristas, integrantes da Confederação Geral do Trabalho (CGT), líderes de esquerda e organizações sociais, engrossam o protesto pela rejeição ao projeto da Lei de Bases.
O secretário adjunto dos caminhoneiros e integrante da coordenação da CGT, Pablo Moyano, fez um apelo aos senadores para que rejeitem a Lei de Bases. "Esperemos que a consciência dos senadores, que vêm com os votos dos trabalhadores, defenda os direitos dos trabalhadores". O sindicalista denunciou o governo de Javier Milei por "pressionar" os governadores por meio da concessão de obras públicas "para obter o voto de que precisam".
✊🏼✌🏼 Parte de la CGT, el kirchnerismo, la izquierda y organizaciones sociales ya concentran frente al Congreso contra la Ley Bases. https://t.co/d8z7atghgP pic.twitter.com/D3lENRfZIo
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Carla Gaudensi, secretária geral da Federação Argentina dos Trabalhadores de Imprensa (Fatpren na sigla em espanhol) fez um apelo aos senadores e senadoras para que "não entreguem a pátria, não privatizem as empresas do Estado, porque são fundamentais para garantir nossa soberania".
"Vamos estar aqui nas ruas para mostrar que o povo argentino não pode permitir que essa Lei de Bases prospere porque é em detrimento de todos e todas nós."
🗣 @CarlaGaudensi, secretaria general de @PrensaFATPREN: "Les pedimos a los senadores y senadoras que no entreguen la patria, que no privaticen las empresas del Estado porque son fundamentales para garantizar nuestra soberanía". pic.twitter.com/bokdCZqYZ4
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Lei de Bases
O governo conseguiu o quórum para debater a Lei de Bases no Senado, em sessão que teve início às 10h com 37 senadores. No esforço para conseguir a aprovação, o Executivo anunciou algumas mudanças: a empresa Aerolíneas, os Correios e a Rede de Televisão Argentina (RTA), veículo de comunicação pública, foram retirados da lista de privatizações propostas no projeto.
Na tarde desta quarta, o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof se manifestou contra a Lei de Bases, que classificou como um perda da soberania, do patrimônio e da possibilidade de que as e os bonaerenses [nascidos na região metropolitana e na Provínicia de Buenos Aires] "possam construir um futuro melhor."
"Não há um só artigo no projeto que está sendo debatido no Congresso que beneficie nosso povo, a produção ou a indústria. Ademais, pretende dar superpoderes ao governo para aprofundar suas políticas de ajuste e destruição", postou Kicillof em seu perfil na rede social X, antigo Twitter.
No hay un solo artículo en el proyecto que se está tratando en el Congreso que beneficie a nuestro pueblo, a la producción o la industria. Además pretende darle superpoderes al Gobierno para profundizar sus políticas de ajuste y destrucción.
— Axel Kicillof (@Kicillofok) June 12, 2024
La aprobación de esta ley significa… pic.twitter.com/0oUtfoKlMD
Edição: Leandro Melito