Extrema direita

Estados Unidos anunciam rompimento com a OMS: Trump busca enfraquecer organização

Os maiores impactos dessa retirada se concentram no campo simbólico e isso não é pouco

Brasil de Fato | Pernambuco (PE) |
Trump passou, já no dia 25, a ponderar publicamente um possível retorno mediante a redução do valor pago anualmente pelo país - ANNA MONEYMAKER/GETTY IMAGES NORTH AMERICA

A retirada dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciada por Donald Trump no último dia 20 e formalizada no dia 22, segue o já conhecido roteiro utilizado como recurso da extrema-direita ao redor do mundo: após o anúncio e a formalização, Trump passou, já no dia 25, a ponderar publicamente um possível retorno mediante a redução do valor pago anualmente pelo país.

Não nos enganemos: esse modo de operar tem como objetivo central criar confusão e gerar desgaste. É importante lembrar que, uma vez feita a formalização da saída, ela só pode ser concretizada após um ano. Até lá, Trump buscará enfraquecer e atingir simbolicamente a Organização e seus defensores. Por ora, os maiores impactos dessa retirada se concentram no campo simbólico e isso não é pouco.

Apesar de seus problemas e limites, é essencial fortalecer a OMS e adaptá-la aos desafios dos novos tempos. A extrema-direita mundial aposta no “cada um por si”, no “salve-se quem puder”. Daí a importância de defender organizações como a OMS, que representam iniciativas de colaboração mútua, ainda mais necessárias em um mundo marcado por desigualdades profundas.

O anúncio de retirada dos Estados Unidos da OMS é, por si só, um ataque direto aos esforços coletivos que, apesar de suas falhas, buscam reduzir as desigualdades globais. Fortalecer instituições como a OMS é, antes de tudo, um ato de resistência contra a fragmentação que nos deixa ainda mais vulneráveis.

Em tempos de crises sanitárias e ambientais, nosso futuro dependerá da capacidade de unir forças e rejeitar discursos que promovem isolamento e individualismo.

Edição: Vinícius Sobreira