A delegação do Exército de Libertação Nacional (ELN) e do governo do presidente colombiano Gustavo Petro divulgaram no último sábado (24) quatro pontos acordados entre as partes para alcançar a paz. O documento é resultado de uma nova rodada de negociação que acontece na Cidade do México, capital do país, e que começou no dia 13 de fevereiro.
O primeiro ponto é a "caracterização jurídica do ELN como organização política armada rebelde com a qual o Governo Nacional está a negociar a paz". O jornal colombiano El Espectador destaca que uma das lideranças do ELN, Antonio García, já criticou o governo por colocar o grupo armado de inspiração esquerdista no mesmo "grupo" de organizações de narcotráfico como o Clã do Golfo.
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"Está claro que não podemos avançar em temas substanciais da agenda sem resolver este ponto. O governo está avançando na busca de uma solução legal", disse um dos integrantes da equipe de negociação ao El Espectador.
Outros pontos previstos no acordo parcial são a criação de "ponto de contato e comunicação" para o diálogo com o ELN, a análise de denúncias de violações de direitos humanos apresentadas por ambas as delegações e o acompanhamento de propostas do Ministério da Justiça da Colômbia para "humanização da política carcerária". A íntegra do documento pode ser conferida no link.
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"Temos uma visão comum de paz. O governo sempre reconheceu a natureza do ELN como um grupo político, militar e rebelde", disse o senador Iván Cepeda, que faz parte da equipe de negociação de paz do governo, para a BlueRadio.
Alemanha, Espanha, Suécia e Suíça acompanham a nova rodada negociações de paz. Está previsto para o dia 10 de março o encerramento da mesa de negociação, com a expectativa de um possível acordo.
Entenda
O ELN é um dos grupos armados da Colômbia que segue mobilizado após as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) abandonarem as armas e se transformarem em um partido político. As negociações pela paz entre governo e FARC renderam ao então presidente Juan Manuel Santos um Prêmio Nobel da Paz em 2016. Seu sucessor, todavia, o direitista Iván Duque abandonou a mesa de negociação com outros grupos armados colombianos e movimentos populares denunciam que seu governo não cumpriu os pontos do acordo de paz, além dos altos índices de violência contra lideranças sociais.
Gustavo Petro, por sua vez, aposta na retomada das negociações e tem um programa de "paz total". O atual presidente chegou a anunciar no início do ano um cessar-fogo com o ELN no dia 31 de dezembro, mas o grupo armado recuou dias depois.
Edição: Vivian Virissimo
