O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) declarou improcedente o pedido de início do referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro. De acordo com o CNE, foram coletadas apenas 42.241 assinaturas apoiando a abertura do processo, o que representa menos de 1% do eleitorado, quando o mínimo requerido era 20%, equivalente a 4,2 milhões de assinaturas. O país possui cerca de 21 milhões de eleitores.
A consulta foi realizada na última quarta-feira (26) com 1.200 mesas eleitorais instaladas em todo o país numa jornada de 12 horas. Para assinar, cada eleitor deveria registrar sua biometria, confirmando estar inscrito no registro eleitoral.
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Há dez dias, o poder eleitoral havia aceitado o pedido de início do processo de referendo feito por três organizações da sociedade civil: Movimento Venezuelano pelo Revogatório (Mover), Comitê da Democracia Nacional e Todos Unidos pelo Referendo Revogatório.
Dessa forma, a oposição fica impossibilitada de tentar abrir um novo processo de referendo contra Maduro e o presidente poderá finalizar seu mandato em 2024.
Nas redes sociais, alguns eleitores criticaram a falta de divulgação sobre os locais de coletas de assinatura. Outros indicam que a falta de apoio ao referendo reflete a divisão interna da oposição.
José Francisco Contreras, da Direita Democrática, afirma que a principal causa foi a "sabotagem da cúpula que gira ao redor do interinato de Juan Guaidó".
Já o líder da plataforma Mover, César Pérez Vivas, solicitou aos representantes da Mesa de Diálogo Nacional que incluam a realização do referendo nas negociações entre governo e oposição no exterior.
O presidente da Assembleia Nacional e líder da comissão governamental nos diálogos do México, Jorge Rodríguez, reiterou que a proposta foi derrotada. "Se vocês queriam sair da revolução deveriam ter participado das eleições em 2018", declarou.
Edição: Thales Schmidt