O "Tribunal Supremo de Justiça" paralelo, composto por ex-magistrados opositores que vivem na Colômbia, anunciou que irá processar o autoproclamado presidente Juan Guaidó por desvios e má gestão do dinheiro público venezuelano. O opositor tem acesso a fundos públicos do país que estão depositados em bancos nos Estados Unidos e disputa com o governo de Maduro o controle de outros ativos venezuelanos na Europa.
De acordo com denúncias recentes de ex-funcionários do "governo paralelo", cerca de 1.600 pessoas seriam sustentadas através do dinheiro arrecadado como "ajuda humanitária" no exterior e dos repasses liberados pelo Departamento do Tesouro dos EUA. O último orçamento anual foi de US$ 53 milhões (cerca de R$ 291 milhões).
A Venezuela possui cerca de US$ 153 milhões (R$ 828 milhões) bloqueados em contas em bancos estadunidenses, sendo liberado anualmente pelo Federal Reserve, o Banco Central dos EUA.
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Alguns ex-juízes venezuelanos afirmam nunca ter recebido salários do "interinato" de Guaidó e contrataram advogados nos Estados Unidos para apresentar uma demanda contra a Agência de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro (OFAC - siglas em inglês).
O caso reforça o isolamento de Juan Guaidó, que recentemente perdeu parte das suas faculdades sobre o dinheiro venezuelano no exterior.
Apesar de não controlar qualquer território ou instituição venezuelana, Guaidó continua sendo reconhecido como autoridade legítima pelos Estados Unidos, Reino Unido e cerca de outros 20 países, incluindo o Brasil.
Essa postura do governo brasileiro já acarretou uma série de problemas, entre eles, a permanência de venezuelanos com documentos falsos no território nacional.
Até o momento, Juan Guaidó não se manifestou sobre o caso.
Edição: Arturo Hartmann