TOMA LÁ, DÁ CÁ

"Suprema corte" paralela irá processar Guaidó por má gestão do dinheiro público da Venezuela

Polêmica do orçamento paralelo abre mais divisões dentro da oposição venezuelana

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Após três anos da autoproclamação, Guaidó aparece cada vez mais isolado dentro da oposição venezuelana - Cristian Hernández /AFP

O "Tribunal Supremo de Justiça" paralelo, composto por ex-magistrados opositores que vivem na Colômbia, anunciou que irá processar o autoproclamado presidente Juan Guaidó por desvios e má gestão do dinheiro público venezuelano. O opositor tem acesso a fundos públicos do país que estão depositados em bancos nos Estados Unidos e disputa com o governo de Maduro o controle de outros ativos venezuelanos na Europa.

De acordo com denúncias recentes de ex-funcionários do "governo paralelo", cerca de 1.600 pessoas seriam sustentadas através do dinheiro arrecadado como "ajuda humanitária" no exterior e dos repasses liberados pelo Departamento do Tesouro dos EUA. O último orçamento anual foi de US$ 53 milhões (cerca de R$ 291 milhões).

A Venezuela possui cerca de US$ 153 milhões (R$ 828 milhões) bloqueados em contas em bancos estadunidenses, sendo liberado anualmente pelo Federal Reserve, o Banco Central dos EUA.  

:: O que está acontecendo na Venezuela? Vexeja cobertura completa ::

Alguns ex-juízes venezuelanos afirmam nunca ter recebido salários do "interinato" de Guaidó e contrataram advogados nos Estados Unidos para apresentar uma demanda contra a Agência de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro (OFAC - siglas em inglês).

O caso reforça o isolamento de Juan Guaidó, que recentemente perdeu parte das suas faculdades sobre o dinheiro venezuelano no exterior.

Apesar de não controlar qualquer território ou instituição venezuelana, Guaidó continua sendo reconhecido como autoridade legítima pelos Estados Unidos, Reino Unido e cerca de outros 20 países, incluindo o Brasil. 

Essa postura do governo brasileiro já acarretou uma série de problemas, entre eles, a permanência de venezuelanos com documentos falsos no território nacional. 

Até o momento, Juan Guaidó não se manifestou sobre o caso. 

Edição: Arturo Hartmann