Ásia

China busca se estabelecer como uma potência de distribuição equitativa de vacinas

Em fevereiro, Pequim enviou mais de 1 milhão de doses por semana para países da África, Oriente Médio e América Latina

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Uma trabalhadora médica vacinando um homem contra a Covid-19 em um centro de saúde em Hefei, na província de Anhui, no leste da China - STR / AFP

Em meio às crescentes rivalidades entre os países ricos para monopolizar as vacinas contra a covid-19, a China surgiu como uma alternativa para fornecer os imunizantes a muitas nações, especialmente as em desenvolvimento. No entanto, o país tem sido acusado de se envolver na chamada "diplomacia das vacinas" e usar as drogas para exercer pressão política.

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O país asiático já anunciou o fornecimento de mais de 500 milhões de doses de vacina contra o coronavírus a dezenas de países, em uma linha apresentada como de distribuição equitativa desses imunizantes. Contudo, o movimento é visto como mais um capítulo da disputa geopolítica que trava com outras potências, o que é refutado pelo governo de Xi Jinping e representantes do Parlamento chinês.

"A cooperação internacional da China contra a epidemia não tem como foco a busca de objetivos geopolíticos, nem está vinculada a quaisquer restrições políticas. Ela tem como objetivo proteger a segurança e a saúde de mais pessoas", afirmou Zhang Yesui, porta-voz da Assembleia Popular Nacional da China.

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Desde o início da pandemia, a nação asiática fez do desenvolvimento de vacinas uma prioridade máxima. Dos 17 candidatos a imunizantes que o país produziu, pelo menos quatro já foram aprovados para uso e comercialização. Além de atender à demanda local, também foram enviados medicamentos a países do Sudeste da Ásia, da América Latina, da África e da Europa Oriental.

"É por isso que a China também doou vacinas a mais de 69 países, que, coincidentemente são países com menos recursos, são países em desenvolvimento e que não têm acesso às vacinas produzidas principalmente no Ocidente", defendeu Aymara Gerdel, diretora do Centro Venezuelano de Estudos sobre a China.

Apenas em fevereiro, Pequim despachou mais de 1 milhão de doses por semana para países da África, Oriente Médio e América Latina, além de fornecer 10 milhões de doses para governos de nações de baixa renda por meio da Covax, iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em maio do ano passado, em uma mensagem de vídeo transmitida na 73ª Assembleia Mundial da Saúde, Xi Jinping afirmou que as vacinas desenvolvidas pela China seriam um “bem público global”, acessível e disponível nos países em desenvolvimento. Ele sinalizava que a produção de suprimentos médicos seriam como uma "rota da seda da saúde", traçando um paralelo à "nova rota da seda" da China, que é uma iniciativa comercial e de investimentos do governo chinês para expandir sua presença em várias partes do mundo. 

Confira a matéria completa na reportagem da teleSUR em Pequim, Iramsy Peraza.

Edição: Vivian Fernandes