O secretário estadual de Educação do Rio de Janeiro, Pedro Fernandes, foi preso na manhã desta sexta-feira (11) em operação realizada pelo Ministério Público do Estado (MP-RJ) e pela Polícia Civil que investiga desvios em contratos de assistência social para a Prefeitura do Rio e para o governo do Estado. A pré-candidata a prefeita da capital pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Cristiane Brasil, também é procurada na mesma operação.
De acordo com o MP-RJ, os denunciados são acusados de crimes de organização criminosa, fraudes licitatórias, peculato, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de capitais e também pelo crime de embaraçar investigação de organização criminosa. Além de Fernandes e Brasil, os mandados prisionais foram expedidos para o empresário Flavio Salomão Chadud e seu pai, o delegado da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) Mario Jamil Chadud, e também para o ex-diretor de administração financeira (DAF) da Fundação Leão XIII, João Marcos Borges Mattos.
Leia mais: "Falta de unidade da esquerda não vai fortalecer o bolsonarismo", afirma Martha Rocha
A investigação aponta que o esquema pode ter desviado R$ 30 milhões dos cofres públicos entre 2013 e 2018. Segundo o MP-RJ, o núcleo político, composto por Cristiane Brasil, Pedro Fernandes, Sergio Fernandes (ex-presidente da Fundação Leão XIII) e João Marcos Borges Mattos, era responsável por viabilizar as fraudes licitatórias em suas respectivas pastas, por prorrogar os contratos fraudulentos, mediante recebimento de “propina”, que variava de 5% a 25% do valor pago pelo contrato.
Na cena política
A prisão de Pedro Fernandes, segundo o MP-RJ, é referente a ações durante sua gestão na Secretaria Estadual de Tecnologia e Desenvolvimento Social nos governos de Sérgio Cabral e de Luiz Fernando Pezão, ambos encontram-se presos. O atual secretário de educação do estado do Rio de Janeiro apresentou um exame positivo para covid-19. Por conta do resultado, a prisão preventiva, tornou-se domiciliar.
Segundo o G1, a defesa de Pedro Fernandes disse que o secretário "ficou indignado com a ordem de prisão". "O advogado dele vinha pedindo acesso ao processo desde o final de julho, mas não conseguiu. A defesa colocou Pedro à disposição das autoridades para esclarecimentos na oportunidade. No entanto, Pedro nunca foi ouvido e só soube pela imprensa de que estava sendo investigado por algo que ainda não tem certeza do que é", diz a nota.
Leia mais: Justiça do RJ suspende volta das aulas presenciais na rede privada
Já a ex-deputada federal Cristiane Brasil não foi encontrada em seu endereço residencial. A pré-candidata à prefeitura da capital fluminense responde por atos supostamente praticados entre maio de 2013 e maio de 2017, quando assumiu secretarias municipais nas gestões de Eduardo Paes e de Marcelo Crivella.
Brasil não foi encontrada em casa, mas, segundo sua assessoria, ela não está no Rio de Janeiro e vai se apresentar à policia ainda nesta sexta. Pelo Twitter, a ex-deputada se manifestou.
“Tiveram oito anos para investigar essa denúncia sem fundamento, feita em 2012 contra mim, e não fizeram pois não quiseram. Mas aparecem agora que sou pré-candidata a prefeita numa tentativa clara de me perseguir politicamente, a mim e ao meu pai”, escreveu a pré-candidata que é filha de Roberto Jefferson, ex-deputado federal cassado.
Pelas redes, ela falou ainda que a operação foi uma “vingança”. “Em menos de uma semana, Eduardo Paes, Crivella e eu viramos alvos. Basta um pingo de racionalidade para ver que a busca contra mim é desproporcional. Isso deve ter dedo da Martha Rocha, do Cowitzel e do André Ceciliano. Vingança e política não são papel do MP nem da Polícia Civil”, disse no Twitter.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Jaqueline Deister