O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou nesta sexta-feira (22) à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedidos de parlamentares e partidos para periciar o celular do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de seu filho Carlos Bolsonaro.
Também se pede que o presidente preste depoimento no âmbito do processo, que investiga se ele interferiu em investigações da Polícia Federal (PF) em causa própria.
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As solicitações contam em três notícias-crime e dependem de avaliação do procurador-geral da República, Augusto Aras. Cabe a ele atender ou não aos pedidos e, caso julgue necessário, denunciar o presidente.
Caso Bolsonaro seja de fato denunciado, o STF pede autorização à Câmara dos Deputados para investigá-lo, a aprovação depende do sim de 2/3 dos deputados. Se virar réu, ele é afastado do cargo por 180 dias.
O processo
O processo que investiga se Bolsonaro fez interferências na Polícia Federal (PF) começou a partir de denúncias feitas pelo ex-ministro Sergio Moro.
Ao deixar o governo, em 24 de abril, o ex-juiz da Lava Jato declarou que o presidente insistiu, por diversas vezes, em nomear um comandante para a PF que fosse de confiança dele, para que ele pudesse ter acesso a inquéritos sigilosos. Bolsonaro nega.
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Na ocasião, Moro também disse que o presidente o informou ter preocupação com investigações conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em 5 de maio, o ex-ministro prestou depoimento de quase 9 horas, no qual afirmou que Bolsonaro "relatou verbalmente no Palácio do Planalto que precisava de pessoas de sua confiança, para que pudesse interagir, telefonar e obter relatórios de inteligência".
Edição: Leandro Melito