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Bolsonaro e militares, juntos no mesmo delírio

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Bolsonaro, de certa forma, coloca em prática a tese da “imunidade do rebanho” na medida em que joga contra o isolamento social e propagandeia um remédio supostamente milagroso - Sergio Lima / AFP
A existência de um remédio milagroso ajuda Bolsonaro a manter a narrativa de boicote do sistema

Bolsonaro continua ministrando altas doses de cloroquina, farda verde-oliva e cargos para o centrão para combater o impeachment. Eficiente neste caso, mas uma tragédia para um país que não para de contar seus mortos pela covid-19 e pela polícia.  

1. Ainda não. O trigésimo segundo pedido de impeachment de Jair Bolsonaro chegou à mesa de Rodrigo Maia nesta quinta (21). Ainda que represente a iniciativa coletiva de sete partidos e 400 organizações, nada indica que não terminará na gaveta, como os demais. Se não faltam provas contra Bolsonaro, avisa Thomas Traumman, na política elas talvez sejam insuficientes para derrubá-lo.

Impopularidade e provas não terminaram com o governo Michel Temer, por exemplo. Evidentemente, a divulgação da reunião ministerial citada por Moro poderia desgastar o governo, mas “videozinho não derruba presidente, o que o derruba é a economia e povo na rua”, sentencia um senador ouvido pelo Valor.

Na prática, a conta do Congresso é simples: por um lado a popularidade de Bolsonaro ainda é alta, por outra os parlamentares não confiam em Mourão e acreditam que, neste momento, só quem ganha com o impeachment são Sérgio Moro, visto ainda como o xerife da Lava Jato, e João Dória, considerado desagregador entre tucanos e pouco simpático entre os nordestinos.

Neste ritmo de empate, quem agradece é o centrão, que já colocou bandeira 2 e soltou o taxímetro do custo do apoio a Bolsonaro. Com os caminhos do Congresso e do STF pouco auspiciosos, já há quem fale em outro forma de encerrar o governo com a cassação da chapa no TSE e novas eleições. O caminho é tão sinuoso quanto os anteriores, mas pode ser favorecido pela má impressão deixada pelo artigo de Mourão ameaçando as instituições na semana passada.

2. E a esquerda? A desistência de Marcelo Freixo (PSOL) de concorrer à prefeitura do Rio é sintomática do cenário em que se encontra a esquerda, escreve Thomas Traumann, para quem as feridas de 2016 e das eleições de 2018 não foram cicatrizadas. Enquanto isso, a esquerda não consegue conversar entre si, se apequena e vê a direita ocupando o posto da oposição.

Nas palavras de Freixo, “para derrotar o bolsonarismo é preciso mais que responder às crises que ele provoca”. O desafio que está colocado é construir uma proposta calcada no combate à desigualdade e na garantia de direitos. Enquanto isso, a fala desastrada de Lula sobre os impactos do coronavírus na agenda neoliberal de Paulo Guedes mostrou como parte da imprensa e da classe política gostaria de excluir o PT e seu principal líder do cenário pós-Bolsonaro.

Para o jornal O Globo, Lula “avaliou positivamente o impacto do coronavírus”. Até o Jornal Nacional, que vem sistematicamente ignorando figuras do PT nos comentários das crises, resolveu lembrar que Lula ainda existe na política brasileira, e deu destaque à declaração. Luciano Huck e Sérgio Moro, presidenciais preferidos deste setor, também tiraram casquinha da declaração, fazendo a tradicional falsa simetria entre Lula e Bolsonaro e tentando se apresentar como uma terceira via entre os dois pólos.

A semana trouxe pelo menos uma vitória; após uma acachapante derrota no Senado, que por 75 votos contra um (de Flávio Bolsonaro) aprovou um projeto de lei que adia o Enem, o Ministério da Educação levou menos de 24 horas para oficializar o adiamento do exame, para 30 ou 60 dias depois da data prevista. 

3. Doer no bolso. Como se sabe, não foi apenas a complacência de instituições como a Polícia Federal que contribuíram com a eleição de Bolsonaro em 2018. A máquina de distribuição de mentiras, financiada inclusive por empresários durante a campanha eleitoral, permanece em atuação, haja vista por exemplo que as fake news sobre o coronavírus contam com grande audiência no YouTube, plataforma aliás que pouco faz para combater a desinformação.

Neste sentido, uma iniciativa surgida na internet brasileira nesta semana chama atenção. Inspirado em uma reportagem publicada no El País sobre o perfil Sleeping Giants, que faz campanha no Twitter para que empresas norte-americanas deixem de anunciar em sites de extrema-direita propagadores de fake news, um estudante criou uma versão brasileira da iniciativa.

Com mais de 190 mil seguidores em menos de quatro dias de criação no Twitter, o perfil Sleeping Giants Brasil vem marcando contas de marcas cujos anúncios automáticos aparecem no site do Jornal da Cidade Online, um dos principais divulgadores de informações falsas favoráveis ao bolsonarismo. Várias marcas têm respondido que estão suspendendo a publicidade e, pelo visto, a situação tem incomodado.

O vereador Carlos Bolsonaro, assessor de comunicação informal do pai, foi ao Twitter criticar o posicionamento do Banco do Brasil, reclamação que respinga em Antônio Mourão, o filho do vice-presidente que ocupa a gerência de marketing do banco. A pressão deu resultado e na quinta (21) o BB voltou a anunciar no Jornal da Cidade Online.

O Secretário de Comunicação do Planalto também entrou na jogada prometendo ajudar os sites de fake news. Além da reação da extrema direita e do governo, outro efeito colateral dessa campanha é que, no limite, as empresas vão optar por bloquear anúncios em qualquer site jornalístico, para não entrar em polêmicas.

4. Livre para morrer. Com a saída de Nelson Teich do ministério da Saúde, Bolsonaro se sentiu livre para ressuscitar a cloroquina, de maneira muito bizarra, no momento em que o Brasil responde por um quarto das mortes por covid-19 em todo o mundo.

Na quarta (20), o ministério agora sob o comando de um nem tão interino Eduardo Pazuello, que é general, divulgou um protocolo para aplicação da cloroquina e hidroxicloroquina em pacientes em todos os casos, inclusive os com sintomas leves, contrariando entidades como a Sociedade Brasileira de Imunologia.

O texto diz que o paciente deve assinar um termo de consentimento cujo conteúdo informa que não há estudos conclusivos sobre o uso do medicamento contra a covid-19 e que em alguns casos ele pode levar à morte. A medida provocou o pedido de exoneração do secretário da área de insumos do ministério.

Em entrevista à GloboNews, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta disse que Bolsonaro pretendia até alterar a bula da cloroquina, por decreto, para incluir no documento sua recomendação para o tratamento da covid-19. Resta entender porque o governo insiste num medicamento não só ineficaz como potencialmente perigoso.

Uma secretária do ministério admitiu que a recomendação da cloroquina atende basicamente a um “clamor” da sociedade, o que nos leva a inferir algo um tanto óbvio: a existência de um remédio milagroso ajuda Bolsonaro a manter uma narrativa de que está sendo boicotado pelo sistema, tática muito comum entre a nova direita.

Não é à toa que Trump mantém a defesa (ambígua) sobre a cloroquina e lunáticos de direita estejam tomando o medicamento por conta própria. Além da manobra diversionista, Bolsonaro tem um problema concreto para resolver: a mando do presidente, o Exército já produziu mais de 1,2 milhão de comprimidos que agora precisam ser desovados.

Por fim, não deve se perder de vista que Bolsonaro, de certa forma, coloca em prática a tese da “imunidade do rebanho” defendida por figuras como Osmar Terra, na medida em que joga contra o isolamento social e propagandeia um remédio supostamente milagroso.

Essa estratégia fica evidenciada na comunicação do Ministério da Saúde, cada vez mais enfocando a divulgação do número de pacientes recuperados, e nas frequentes declarações de Bolsonaro, que mais uma vez disse em sua live que todos vamos morrer um dia.

O problema é que, nesta lógica de que grande parte da população deva ser infectada, teremos uma tragédia sanitária e social muito maior do que se possa imaginar. Na política, uma reunião nesta quinta (21) marcou uma pequena trégua entre Bolsonaro e os governadores

5. O mito da moderação. Bastidores de Brasília davam conta de que um novo ministro da Saúde seria escolhido após a publicação do protocolo da cloroquina. O general Pazuello cumpriu esta missão mas, mesmo que venha a dar lugar para um novo titular, já deixou o terreno preparado: nomeou mais nove militares para cargos de terceiro e quarto escalões na pasta e apontou um coronel como seu número dois durante a interinidade.

Prova de que cada vez mais se torna um mito a ideia de que militares são necessariamente competentes e disciplinados, um dos nomeados chegou a postar fotos em suas redes sociais participando de uma festa com amigos durante a quarentena, enquanto outro postou fake news sobre a cloroquina e ofensas contra as instituições, no melhor estilo bolsonarista.

O próprio Pazuello aparece em reportagem do jornalista Lúcio de Castro mostrando como ele utilizou uma área do Aeroporto de Jacarepaguá para um clube de paraquedismo supostamente sem fins lucrativos e por um aluguel irrisório. Entre as nomeações de Pazuello para a Saúde consta também um advogado que defendeu milicianos condenados pela Justiça por liderarem milícias cariocas. Quer dizer, os militares no governo não são fiadores nem moderadores, são também parte do bolsonarismo.

A situação preocupa, aliás. Militares da ativa temem um desgaste para as Forças Armadas, principalmente se forem adotadas medidas que depois se mostrem equivocadas e gerem prejuízos para a população, informa o comentarista de bastidores brasilienses da Globo News. Já o insuspeito Merval Pereira lembra que, em março, 2.897 militares integravam o governo, número que pode ter aumentado, e o resultado disso é que “eles não podem mais se escusar de fazer parte de um governo populista de baixa qualidade técnica e moral”.

Para o cientista político Claudio Gonçalves Couto, a “carnificina da pandemia” ficará como um estigma para os militares que se associaram ao governo. Esse temor é o que jogaria contra a efetivação de Pazuello na Saúde. Porém, com tantos militecnos em postos chave e nos cargos inferiores, não há mais como fugir dessa associação.  

6. O Rio de Janeiro continua... Não há pandemia que impeça a caça permanente aos pobres pela polícia carioca. Segundo a Rede de Observatórios da Segurança, a quantidade de operações policiais e de mortes causadas por elas aumentaram durante a pandemia.

Em abril deste ano, o estado realizou 91 operações policiais, que deixaram 30 mortes. Um aumento de 28% na quantidade de incursões e de 58% na de óbitos em comparação com o ano passado. Somente até 19 de maio, foram 82 operações e 35 mortes.

A situação de isolamento social parece estimular a sensação de impunidade de um corpo policial já incentivado a "atirar na cabecinha" pelo governador. Na sexta passada (15), treze pessoas foram mortas numa operação no Morro do Alemão. Sequer as ações de solidariedade têm sido poupadas. O jovem João Vitor Gomes da Rocha foi atingido enquanto acontecia a entrega de 200 cestas básicas por voluntários do bairro, na localidade Pantanal.

Outro jovem, Rodrigo Cerqueira, 19 anos, morreu baleado durante operação da Polícia no Morro da Providência, enquanto estudantes do pré-vestibular Machado de Assis entregavam cestas básicas para moradores da região. Por terem mais de 18 anos, João Vítor e Rodrigo não se tornaram números em outra estatística: somente neste ano, a PM do Rio já assassinou cinco adolescentes, um por mês.

Destino de João Pedro Mattos Pinto, 14 anos, morto com um bala na barriga enquanto brincava no quintal de sua casa, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na última segunda-feira (18). O corpo do adolescente esteve desaparecido, após ser ferido e levado em um helicóptero da Polícia Civil e só foi encontrado pela família no dia seguinte no Instituto Médico Legal (IML) de São Gonçalo.

7. Comam brioches. O governo federal teve uma ótima ideia para resolver o problema no atraso no pagamento do auxílio emergencial para milhões de brasileiros. Sócio da locadora de veículos Localiza e atual secretário de privatizações do governo Bolsonaro, Salim Mattar anunciou que usuários de serviços públicos podem tirar dúvidas usando o Alexa, um assistente virtual da Amazon que pode custar quase metade do auxílio ou demandar um celular potente, em sua versão gratuita.

Na vida real, milhões de desempregados e informais seguem sem pão nem brioches. De acordo com reportagem da BBC Brasil, 36,8 milhões de pessoas receberam resposta negativa ao pedido do benefício, sendo que uma grande parte pode ter sido por causa de defasagem nas bases de dados e decisões políticas equivocadas por parte do governo, que ainda vetou a inclusão de diversas categorias na lista de benefício, o que deixou aliados como os caminhoneiros extremamente incomodados.

Pesquisa do DataPoder360 mostra que 77% dos brasileiros que já receberam o auxílio emergencial usaram ou pretendem usar os 600 reais para comprar comida. A mesma pesquisa indicou que 27% dos entrevistados ainda aguardavam receber o benefício. Ainda assim, mesmo com os atrasos e vetos a categorias, o auxílio emergencial faz a aprovação de Bolsonaro melhorar entre quem tem direito ao benefício.

No Congresso, parlamentares apresentam projetos de lei para a prorrogação do auxílio ou mesmo para transformar em permanente o benefício, mas por enquanto a resposta da equipe econômica de Bolsonaro é de que a manutenção do auxílio seria “fiscalmente impossível”, e Paulo Guedes sonha em reduzi-lo aos duzentos reais propostos originalmente. O governo quer atrelar o debate a uma revisão de gastos sociais considerados “ineficientes”, como abono salarial, seguro-defeso (pago a pescadores artesanais) e farmácia popular.

8. Tem muito mais crise por aí. Ainda na economia, o Valor anuncia que o Brasil terá o pior desempenho que 82% de 190 países. Levantamento do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) leva em conta projeções do FMI para o biênio 2020-2021. Mesmo com queda forte do PIB em boa parte do mundo, o desempenho da economia brasileira deve ser pior que o da maioria dos países.

O jornal ainda destaca que, em março, a economia brasileira recuou 5,3%, a maior queda em 20 anos. Os dados anunciados pelo IBGE de que cerca de 170 mil pessoas ingressaram na extrema pobreza em 2019 é prova que o desastre econômico chegou antes que a covid-19 e deverá explodir com a pandemia.

A combinação entre pandemia, crise econômica e instabilidade política levou os investidores estrangeiros a compararem o país a um prédio em chamas. E que ninguém espere que o governo faça o papel de bombeiro. O ministro da Economia voltou a usar o único valor que conhece - o trilhão - para defender a venda de imóveis da União, porém os bens passíveis de venda não passariam de R$ 376,1 bilhões de acordo com o Balanço Geral da União.

No mundo mágico da área econômica do governo Bolsonaro, a pandemia não afetará o interesse de investidores no mercado brasileiro: o governo decidiu manter o calendário dos leilões de portos, aeroportos e rodovias previstos para este ano. Detalhe: quem investe em aeroportos e rodovias em plena crise do turismo? Grandes chances das privatizações saírem a preço de banana.

Se, por um lado, Paulo Guedes recuou um tantinho no receituário neoliberal para salvar as empresas aéreas, por outro, vai continuar assistindo os bancos bloquearem os recursos que o próprio governo disponibilizou para pequenas e médias empresas, outra das políticas fracassadas para conter a crise, enquanto transfere a conta da ajuda às empresas energéticas ao consumidor.

Aliás, Bolsonaro está aproveitando a crise para jogar combinado com as empresas e usar as demissões em massa para atacar os governadores, ao mesmo tempo em que combina o jogo com os governadores para atacar os servidores.

9. Aproveitando a ocasião. Já dissemos aqui na news que o governo Bolsonaro está aproveitando a pandemia para deixar correr a destruição da Amazônia. Agora, esta percepção está expressa nos números: o desmatamento da Amazônia em abril foi o maior dos últimos dez anos, com 529 km² da floresta derrubada, um aumento de 171% em relação a abril de 2019.

Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que não é ligado ao governo. Diante da inoperância do governo, a justiça federal atendeu pedido do MP para que a União adote medidas efetivas e urgentes em pelo menos dez pontos considerados críticos para o desmatamento.

A omissão não se limita ao crime, mas se estende à punição. Nesta semana a ONG Humans Right Watch divulgou um comunicado afirmando que desde outubro do ano passado o sistema de cobrança de multas do governo contra desmatamento está praticamente paralisado. Isso ocorre graças a um decreto de Bolsonaro de abril de 2019, implementado a partir de outubro pelo ministro Ricardo Salles, que bolou um sistema de cobrança de multas que incluiu audiências e núcleos de conciliação.

Desde então, apenas cinco multas expedidas pela fiscalização do Ibama foram confirmadas. A pandemia também tem sido uma boa oportunidade para a Fundação Nacional do Índio (Funai) certificar fazendas localizadas dentro de terras indígenas de maneira irregular.

Como mostra levantamento realizado pela Agência Pública, desde o início do governo Bolsonaro em 2019, foram 42 fazendas certificadas de maneira irregular, contrariando as proteções a essas terras previstas desde 2012. No último dia 22 de abril, a Funai publicou uma normativa autorizando a certificação de terras privadas e o número disparou: foram 72 novas certificações em menos de um mês.

Já o Exército, em sua primeira ação de fiscalização ambiental no Mato Grosso, fez apenas uma performance com 97 agentes, dois helicópteros, dezenas de viaturas e nenhuma multa, prisão ou apreensão. Enquanto isso, pelo menos o projeto de lei sobre regularização de grilagem de terras da União foi retirado temporariamente da pauta da Câmara, em mais um sinal de que alguma resistência ainda é possível no Congresso.

10. Ponto Final. Nossas recomendações de leitura.

Com 13 assassinatos em três dias, ativista afirma que Rio retoma "política do abate"

A Rede Brasil Atual entrevista Mônica Cunha, coordenadora da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio, sobre os 13 assassinatos cometidos por policiais em comunidades pobres do Rio desde a semana passada.

Generais patrocinam guinada bolsonarista na Saúde. No UOL, José Antônio Lima demonstra como os militares assumiram a narrativa bolsonarista para a pandemia, trocando a “missão da nossa geração” pela cloroquina e pelo aparelhamento do ministério.

Bolsonaro e a indústria farmacêutica: o fetiche da Cloroquina. Artigo da professora Joana das Flores Duarte no Observatório da Crise demonstra as relações entre a defesa da cloroquina e os interesses da indústria farmacêutica.

O bolsonarismo é uma milícia religiosa e deve ser tratado como tal. Gabriel Trigueiro escreve sobre as influências do puritanismo e da ideologia medieval no pensamento bolsonarista baseado na violência, no radicalismo e no maniqueísmo.

Estaríamos assistindo à milicianização da política? No Outras Palavras, Almir Felitte avalia a possibilidade de o Brasil ver proliferar em seu território o surgimento de milícias privadas de caráter político-ideológico, numa cópia do modelo miliciano dos EUA.

Utopia e pandemia: é tempo para o campo democrático superar o passado. O historiador Igor Tadeu Camilo Rocha escreve sobre as duas oposições ao bolsonarismo: aqueles que sonham com os governos do passado e os que dizem que o bolsonarismo e a esquerda são dois lados do mesmo problema.

Regularização fundiária: querem mesmo resolver o problema? Presidente do Sindicato nacional dos Peritos Federais Agrários (SindPFA), Djalmary de Souza analisa o projeto de lei da regularização fundiária. É certo que é preciso uma atualização legal, mas essa reedição de medidas sempre flexibilizando os critérios anteriores é atestado de incompetência ou está sendo feito para atender um público específico, questiona.

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Edição: Leandro Melito