O ex-ministro e empresário pecuarista Laurentino Cortizo, do social-democrata Partido Revolucionário Democrático (PRD), venceu as es eleições presidenciais do Panamá que ocorreram neste domingo (5). Os resultados foram divulgados nesta segunda-feira (6).
Com 92% das urnas apuradas, Cortizo obteve 33,08% dos votos. Em segundo lugar, com 31,06%, ficou o empresário Rómulo Roux, do partido de direita Mudança Democrática (CD, na sigla em espanhol). Ricardo Lombana, que concorreu de forma independente, conquistou 19% dos votos. A diferença entre os dois é de apenas 35.000 votos.
“A vitória é nossa. Graças a Deus, o Panamá decidiu o seu futuro, o Panamá ganhou. Apelo a todos os panamenhos que se unam para resgatar o país e reconstruir pontes que levem adiante”, afirmou Cortizo em discurso após o resultado.
Roux, que ficou em segundo lugar, anunciou que não reconhece o resultado. “Nós não vamos aceitar nenhum resultado das eleições para presidente. [...] Temos que garantir a proteção do processo eleitoral e da democracia. Neste momento [a eleição] está em dúvida”, disse o empresário, que não ofereceu provas para a afirmação.
Roux foi chanceler e ministro do Canal do Panamá durante o governo de Ricardo Martinelli, ex-presidente preso por usar dinheiro público para espionar adversários políticos. Martinelli comandou o país entre 2009 e 2014.
O anúncio da vitória foi feito pelo juiz Heriberto Araúz, presidente do Tribunal Eleitoral. Segundo ele, Cortiz é o “virtual vencedor para o cargo de presidente da República para o quinquênio 2019-2024”.
No Panamá, não há segundo turno. Desta forma, o vencedor é conhecido imediatamente após a apuração do pleito. O novo presidente deverá assumir em 1º de julho.
Perfil
Cortizo, de 66 anos, aparecia em todas as últimas pesquisas de intenção de voto como o favorito para vencer o pleito. “Nito”, como é conhecido, foi ministro do Desenvolvimento Agropecuário em 2004, durante o governo de Martín Torrijos (2004-2009).
Durante a corrida presidencial, Cortizo apresentou um discurso nacionalista e prometeu governar com autonomia. Também disse que pretende propor uma reforma legislativa constitucional, além de reduzir a corrupção, que ganhou as páginas dos jornais locais após escândalos envolvendo a empreiteira brasileira Odebrecht.
O agora presidente eleito prometeu melhorias nos serviços públicos do país sem que para isso precise privatizá-los. A plataforma destacou principalmente os setores de fornecimento de água potável e de cuidados médicos.
Cortizo também prometeu maiores investimentos na educação, reformar o Estado, impulsionar a economia e combater a pobreza e a desigualdade. Além disso, afirma que pretende criar os ministérios da Cultura e da Mulher.
O PRD, fundado pelo líder Omar Torrijos, perdeu as presidenciais em 2009 e 2014. Com a vitória, o partido volta ao Poder Executivo do Panamá após 10 anos como oposição.
Edição: Daniel Giovanaz