Grupos rebeldes islâmicos tomaram o controle da cidade de Damasco, capital da Síria, e anunciaram neste domingo (8) a derrubada do governo do presidente Bashar al-Assad.
As declarações das tropas insurgentes foram dadas pela TV estatal e, segundo a agência AFP, elas afirmaram que libertaram todos os prisioneiros "detidos injustamente".
A agência britânica Reuters disse ter ouvido de dois militares sírios de alto escalão que Assad já teria deixado o país. Já a AFP cita Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio para Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede no Reino Unido, que também alega a versão da fuga do presidente sírio.
"Assad saiu da Síria pelo Aeroporto Internacional de Damasco antes que os membros das Forças Armadas e de segurança abandonassem o local", disse Rahman, segundo a AFP.
Em nota, o ministério da Relações Exteriores da Rússia, um dos países aliados do governo, confirmou a saída de Assad do país. O paradeiro, no entanto, não foi divulgado.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, também afirmou que Assad "fugiu de seu país" e responsabilizou a Rússia pela queda do governo sírio.
"Assad foi embora. Seu protetor, Rússia, Rússia, Rússia, liderada por Vladimir Putin, não estava mais interessado em protegê-lo", escreveu em sua plataforma Truth Social.
Já a Casa Branca afirmou que o presidente em fim de mandato, Joe Biden, acompanha "com atenção os extraordinários acontecimentos" em curso na Síria.
Enquanto a guerra civil na Síria escala, três das principais potências envolvidas no conflito se reúnem em Doha, no Catar, para discutir o futuro do país.
Turquia, Rússia e Irã fizeram um apelo conjunto para que os grupos armados interrompam os combates e "preservem a Síria como um país íntegro e unido".
O chanceler russo, Serguei Lavrov, disse que Moscou estava "tentando fazer o possível para impedir que terroristas vençam, ainda que eles aleguem não ser terroristas".
O primeiro-ministro do governo de Assad, Mohammad Ghazi al-Jalali disse que vai facilitar a transição do poder no país, incluindo a transferência de arquivos do governo deposto.
"Nós estamos prontos para cooperar com qualquer liderança escolhida pelo povo sírio, fornecendo todas as facilidades possíveis para garantir uma transferência suave de vários arquivos do governo", disse Mohammed Ghazi al-Jalali.
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*Atualizada às 09h05
*Com AFP
Edição: Lucas Estanislau