Ataques de Israel resultaram na morte de pelo menos 45 pessoas na Faixa de Gaza neste domingo (27). A maioria das vítimas são do norte da região. Os dados foram divulgados por autoridades de saúde palestinas.
Pelo menos nove palestinos, incluindo uma criança, foram mortos em um bombardeio israelense contra uma escola transformada em abrigo nas imediações de Gaza, segundo os serviços de resgate.
O bombardeio contra a escola Asmaa no campo de refugiados de Al Shati, no norte da Faixa, também deixou vários feridos.
"Vimos um [avião de combate] destruir a escola onde viviam pessoas e crianças", que foram "cortadas em pedaços" pela explosão, disse uma testemunha, Thaer al-Rantisi, à AFP.
A escola abrigava "um grande número de pessoas que haviam fugido da região de Jabaliya e do norte da Faixa de Gaza", cenário de uma ofensiva do Exército israelense contra o Hamas, disse Husein Mohsen, chefe dos serviços de ambulância da cidade.
"Níveis assustadores de morte"
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou neste domingo que está "chocado com os níveis assustadores de morte, ferimentos e destruição" após os ataques das forças israelenses no norte da Faixa de Gaza.
"A situação dos civis palestinos presos no norte de Gaza é insuportável", disse o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric.
"O secretário-geral está chocado com os níveis assustadores de morte, ferimentos e destruição no norte, com civis presos sob escombros, doentes e feridos sem atendimento médico vital e famílias sem comida e abrigo", completou o porta-voz.
Ele acrescentou que, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, centenas de pessoas morreram nas últimas semanas e mais de 60 mil foram obrigadas a fugir.
"Os esforços repetidos para entregar suprimentos humanitários essenciais para sobrevivência — alimentos, remédios e abrigo — continuam sendo negados pelas autoridades israelenses, com poucas exceções, colocando muitas vidas em perigo", disse Dujarric.
"Em nome da humanidade, o secretário-geral reitera seus apelos por um cessar-fogo imediato, a libertação imediata e incondicional de todos os reféns e a responsabilização por crimes contemplados no direito internacional", acrescentou.
Ataque israelense ao Irã arruinou fábrica de mísseis
Um ataque aéreo de tropas israelenses feito no sábado (26) contra o Irã destruiu uma fábrica e equipamentos utilizados na fabricação de mísseis e gerou custos de mais de R$ 220 milhões. A informação é do jornal diário israelense The Jerusalem Post.
O veículo afirma que o local servia de base à confecção de drones e que os aparatos eram usados na produção de combustível para os mísseis, motivo pelo qual o ataque acabou afetando a reposição do contingente de armas do Irã.
O episódio também destruiu cerca de 20 misturadores de combustíveis, que custam pelo menos US$2 milhões [mais de R$ 11 milhões] cada, e atingiu quatro baterias de defesa aérea que haviam sido colocadas em pontos estratégicos da defesa nuclear e energética de Teerã, capital iraniana.
O restabelecimento dos trabalhos feitos no local pode durar até dois anos. O endereço atingido era considerado secreto entre os iranianos e foi o local de abastecimento dos mísseis Kheibar e Haj Qasem, disparados pelo Irã contra Israel no começo de outubro.
O ataque de sábado (26) mobilizou mais de 100 aeronaves israelenses e provocou diferentes explosões ouvidas em Teerã. Segundo informações divulgadas pelo portal UOL, antes do ataque, as Forças de Defesa de Israel chegaram a veicular imagens dos caças que seriam utilizados.
Tel Aviv
Neste domingo (27), a capital israelense, Tel Aviv, também viveu momentos de tensão. Segundo informações da agência Reuters, um caminhão invadiu um ponto de ônibus e provocou ferimentos em dezenas de pessoas. Uma delas morreu.
De acordo com a polícia israelense, foram cerca de 40 feridos em diferentes graus. As vítimas foram atendidas por profissionais de saúde no local, segundo comunicado divulgado pelo serviço de emergência israelense.
O local atingido fica próximo de um cruzamento central de rodovias, da sede do Mossad – o serviço de inteligência nacional de Israel – e ainda de uma base militar. Ainda não se sabe a causa do ocorrido. De acordo com a mídia local, agentes da polícia estariam desconfiando de que teria sido um ataque ao país.
*Com informações da AFP
Edição: Martina Medina