Justiça

Júri popular: 'Mandato de Marielle foi uma pedra no sapato nos interesses milicianos', disse delegado da PF

De acordo com Guilhermo Catramby, Ronnie Lessa agia por um 'extremismo de direita'

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Catramby: "A motivação do crime tem como ponto nevrálgico a atuação de Marielle junto à pauta fundiária" - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Em depoimento no julgamento de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, réus confessos do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, o delegado de Polícia Federal Guilhermo de Paula Machado Catramby indicou que o crime tinha origem em questões políticas.

"A motivação do crime tem como ponto nevrálgico a atuação de Marielle junto à pauta fundiária", afirmou o delegado. "Não só o mandato dela, mas a bancada do Psol também. A questão da verticalização de Rio das Pedras, por exemplo. Embora ela e Chiquinho (Brazão) estivessem do mesmo lado, eles estavam do mesmo lado por motivos distintos... O mandato de Marielle foi uma pedra no sapato nos interesses milicianos."

Ainda de acordo com Catramby, Lessa agia movido por um "extremismo de direita". "Ele buscava informações sobre membros do Psol, a vida de Freixo, pessoas que tinham o mesmo perfil de Marielle."

Além de Freixo e Marielle, o delegado afirma que Lessa buscava informações de outras figuras da esquerda, como Renato Cinco (Psol) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Para Catramby, a atuação do mandato da ex-vereadora em determinados territórios influenciou a decisão pelo assassinato. "Apesar da pauta fundiária não ser a matriz do mandato de Marielle, conseguimos verificar que ela tangenciou esse tema, assim como o Psol. Eles foram uma pedra no sapato para o interesse da milícia, principalmente na Zona Oeste."

Edição: Martina Medina