julgamento

Após depoimento de policial, Marcelo Freixo critica trabalho da Polícia Civil no caso Marielle Franco

Presidente da Embratur, que era amigo da ex-vereadora, elogiou o trabalho da Polícia Federal: 'Chegaram aos mandantes'

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
"Bons policiais não conseguiram fazer seus trabalhos, foram cinco delegados à frente do caso, sempre que havia avanço, eram trocados", disse Freixo - MAURO PIMENTEL/AFP

Após o depoimento do investigador da Polícia Civil do Rio de Janeiro (RJ), Carlos Alberto Paúra Júnior, no julgamento do caso Marielle, nesta quarta-feira (30), Marcelo Freixo, que atualmente é presidente da Embratur, criticou o trabalho da corporação durante a investigação do crime. 

"O Rio de Janeiro é um lugar que é capaz de ter um grupo de matadores chamado 'Escritório do crime'. Talvez sede desse escritório tenha sido a Delegacia de Homicídios (da Polícia Civil). Bons policiais não conseguiram fazer seus trabalhos, foram cinco delegados à frente do caso, sempre que havia avanço, eram trocados. Hoje é um dia muito importante para a segurança pública do Rio de Janeiro", afirmou Freixo, cujo  gabinete de vereador foi chefiado por Marielle Franco.

Minutos antes das declarações de Freixo, Paúra Júnior havia terminado seu depoimento, em que dissertou sobre a investigação e as dificuldades encontradas pela equipe da Delegacia de Homicídios. 

"Participei ativamente da investigação. Eu fazia parte do núcleo que investigou o veículo utilizado nas mortes das vítimas. É importante informar que chegamos à Delegacia de Homicídios da capital uma semana após o crime. Estávamos lotados na divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). E foi determinado que a nossa equipe, comandada pelo doutor Giniton Lages, assumiria o caso", explicou o investigador. 

O delegado Giniton Lages foi alvo de uma operação da Polícia Federal em março deste ano e é investigado por dificultar as investigações do caso, para que os investigadores não conseguissem se aproximar dos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, suspeitos de terem sido os mandantes da execução de Marielle Franco e Anderson Gomes.

"Hoje é importante falar dos executores. Passado isso, temos uma investigação importante sobre os mandantes, que está em curso neste momento. Eu confio demais no trabalho da Polícia Federal, que chegou aos mandantes", afirmou Freixo, que acredita no julgamento dos irmãos Brazão em breve. "Certamente não demorará o mesmo tempo."

Edição: Thalita Pires