O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, disse, nesta terça-feira (22), que ficou "horrorizado" pelo bombardeio israelense de segunda-feira (21) perto de um hospital ao sul de Beirute. Imagens mostram o momento que um míssil israelense atinge e derruba um prédio residencial, à luz do dia, em uma área densamente povoada da capital libanesa.
"Estou horrorizado pelo ataque aéreo israelense perto do hospital Rafic Hariri no densamente povoado bairro Jnah de Beirute, que teria deixado pelo menos 18 mortos, entre eles quatro crianças, e 60 feridos", afirmou Türk em um comunicado à imprensa.
Nuvem de fumaça irrompe depois de um foguete disparado por um avião de guerra israelense ter atingido um edifício no subúrbio de Shayah, no sul de Beirute, em 22 de outubro de 2024 / AFP
O ataque ocorreu no momento em que Israel tinha como alvo os subúrbios ao sul de Beirute.
Não houve aviso de evacuação para a área em redor do Hospital Rafic Hariri, que tem registado um afluxo de pessoas deslocadas de áreas mais a sul. O hospital do Sahel fica a menos de dois quilómetros das instalações de Rafic Hariri e ambos trataram vítimas dos ataques de Israel.
"Os princípios fundamentais do direito humanitário internacional sobre a proteção de civis devem ser respeitados", acrescentou.
Segundo o Ministério da Saúde do Líbano outras 57 pessoas ficaram feridas no ataque na noite desta segunda-feira (17) perto do Hospital Rafic Hariri, a maior unidade de saúde pública do Líbano, localizada a poucos quilômetros do centro da cidade.
Nesta terça-feira, as equipes de resgate ainda estavam procurando possíveis sobreviventes do bombardeio, que poderia ter causado mais vítimas. O hospital sofreu apenas pequenos danos, “em painéis solares e fachadas de vidro”, disse seu diretor.
Mas nas proximidades, quatro prédios foram destruídos no ataque, disse um correspondente da AFP. “Hospitais, ambulâncias e equipes médicas são especificamente protegidos pelo direito humanitário internacional”, enfatizou Türk.
“Reitero o apelo da ONU para a cessação imediata das hostilidades e lembro a todas as partes que a proteção dos civis deve ser uma prioridade máxima”, acrescentou.
*Com AFP
Edição: Leandro Melito
