VALE DO BEKAA

Israel ordena evacuação de vale no Líbano com forte presença de brasileiros

Na fronteira com a Síria, Vale do Bekaa contém quase metade das terras cultiváveis do Líbano,

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Fumaça sobe após ataque aéreo israelense em Baalbeck, no vale de Bekaa, em 23 de setembro de 2024 - AFP

O Exército de Israel ordenou nesta quinta-feira (17) que a população civil libanesa abandone uma parte do vale do Bekaa, na região leste do país, ao alertar que atacará alvos do movimento Hezbollah na região. 

"Vocês vivem perto de instalações e interesses do Hezbollah, que serão alvos das Forças de Defesa (Exército) em breve", afirmou Avichay Adraee, porta-voz do Exército israelense que fala árabe, na rede social X.

Com a intensificação dos ataques ao Líbano em setembro, o Vale do Bekaa passou a ser alvo da ofensiva israelense. Apesar da justificativa de atingir alvos do Hezbollah, autoridades libanesas afirmam que os ataques atingem regiões densamente povoadas, vitimando centenas de civis. Entre as mortes causadas por Israel no Vale do Bekaa estão a de um adolescente brasileiro e seu pai, na cidade de Kelya.


Ataque aéreo israelense na cidade libanesa de Baalbeck, no vale de Bekaa, em 23 de setembro de 2024, onde estão as antigas ruínas romanas e as seis colunas que permanecem de pé no Templo de Jupiter / Nidal SOLH / AFP

A poucos quilômetros da fronteira com a Síria, estima-se que 8 mil brasileiros habitassem a região antes dos ataques, entre as cidades de Sultan Yacoub, Ghazze e Kamed.

O Vale do Bekaa contém quase metade das terras cultiváveis do Líbano e mantém locais históricos com ruínas de diferentes civilizações que habitaram a região, desde os antigos fenícios a romanos e otomanos.


Destruição cobre a cena em torno do sítio arqueológico de Qubbat Douris (Duris), no vilarejo de Douris, a sudeste de Baalbek, no leste do Vale de Bekaa após ataque isralense em 15 de outubro de 2024 / Nidal SOLH / AFP

Entre as principais cidades da região estão Zahle, conhecida por seus vinhedos e pela produção de araca (uma bebida alcoólica feita de tâmaras); Baalbek, local de ruínas romanas e Riyaq.

Segundo as autoridades israelenses, a proximidade com a fronteira da Síria faz do vale um ponto logístico para o Hezbollah, que utilizaria a região para armazenar armas, treinar soldados e manter rotas de suprimentos com o Irã.


Ataque aéreo israelense que teve como alvo a aldeia de Harabta, no leste do Vale de Bekaa, no Líbano, em 27 de setembro de 2024 / AFP

Edição: Leandro Melito