A sessão conjunta do Congresso Nacional para análise dos vetos presidenciais, que ocorreu na última quarta-feira (29), em Brasília, mostrou que a estratégia de ampla aliança pela governabilidade, estabelecida pelo Palácio do Planalto na eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), falhou.
Dos 12 partidos com ministérios, Rede, PSOL e PCdoB foram os únicos partidos que votaram integralmente com o governo federal. Entre os petistas, apenas dois votos contrários ao Palácio do Planalto. A deputada federal Maria do Rosário (RS) e o senador Fabiano Contarato (ES) se manifestaram contrários ao veto de Lula pelo fim da saidinha temporária de presos.
Os petistas tiveram a companhia da deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), que é pré-candidata à prefeitura de São Paulo e também votou contra o veto presidencial à saidinha temporária de presos. Quem votou com o Palácio do Planalto nesta pauta, surpreendendo seus pares, foi o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), fiel opositor do Palácio do Planalto.
Base sem força
Entre os partidos que possuem um ou mais ministérios, o PP (151) foi quem mais votou contra o governo federal, seguido por PSD (143), União Brasil (139), Republicanos (121), MDB (85), PDT (27), PDT (27), PRD (16) e PSB (7).
Das quatro votações nominais dos vetos presidenciais, em três os partidos com ministérios formaram maioria contra a posição de Lula. O veto às saidinhas temporárias foi derrubado com o apoio de 173 votos de parlamentares de partidos governistas e 123 eram favoráveis à tese do petista.
Sobre o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à criminalização das chamadas “fake news”, 197 parlamentares de partidos da base votaram pela manutenção do veto e contra a posição do governo, e 125 foram favoráveis.
Ao todo, 242 governistas votaram para derrubar o conjunto de vetos de Lula a pontos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), enquanto 124 parlamentares foram favoráveis ao Palácio do Planalto.
Somente na votação sobre o veto de Lula ao calendário de pagamento de emendas parlamentares o governo teve maioria entre os partidos de sua base. Foram 220 votos favoráveis e 79 contra.
Edição: Rodrigo Chagas