Judiciário

Bolsonarista é alvo de ação na Justiça por chamar servidores públicos de 'vagabundos'

Falas foram proferidas durante audiência pública sobre a privatização da Sabesp em São Paulo

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Lucas Pavanato à esquerda, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do vereador Fernando Holiday (PL-SP) - Reprodução/Instagram/Lucas Pavanato

A vereadora Silvia Ferraro, da bancada feminista do Psol na Câmara Municipal de São Paulo, entrou com uma ação cível na Justiça, nesta terça-feira (7), contra Lucas Pavanato, pré-candidato a vereador pelo PL, com pedido de retratação e indenização por danos morais. 

Na ação, a defesa de Ferraro afirma que a parlamentar foi alvo de ataques por parte de Pavanato, durante uma audiência pública, em 2 de maio, sobre a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) no município. 

Na ocasião, segundo a transcrição presente na ação, Pavanato disse, dirigindo-se a funcionários públicos: “Como de praxe, primeiramente, boa tarde a todos, porque todes não existe. (...) Enquanto tiver estatal para político petista mamar, eles vão defender, enquanto tiver estatal para ser foco de corrupção e cabide de emprego para funcionário vagabundo, eles vão defender funcionário vagabundo”. 

A fala foi interrompida, então, pela vereadora Silvia Ferraro, em defesa dos funcionários.

Em resposta, Pavanato afirmou: “Eu falo o que eu quiser! Aqui não é Venezuela, aqui não é Cuba, aqui não é Nicarágua, aqui eu tenho liberdade, eu vou falar o que eu quiser! Aqui eu vou falar o que eu quiser! A senhora não está acima da lei! Eu tenho o direito de falar! Eu vou falar! Vou falar!”. 

A defesa defende que, a partir deste momento, as ofensas passaram a ser direcionadas. “Direcionou o seu xingamento de ‘funcionário vagabundo’ diretamente à autora, atingindo, assim, a sua esfera de direito individual”, afirmaram os advogados na ação. A vereadora pediu uma indenização de R$ 30 mil.  

“Não podemos aceitar esse discurso violento da extrema direita contra o funcionalismo público. Somos responsáveis por garantir o acesso da população a seus direitos sociais, mesmo em condições adversas de trabalho e salário. Eu, como professora da rede pública municipal, não admitirei”, disse Ferraro ao Brasil de Fato. 

A reportagem também entrou em contato com Lucas Pavanato via WhastApp e aguarda um retorno.

Edição: Rodrigo Chagas