O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disse nesta terça-feira (26) que romperá relações com Israel caso o país não cumpra a resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) pedindo um cessar-fogo na Faixa de Gaza. O documento aprovado pelo órgão recebeu 14 votos a favor e uma abstenção, dos Estados Unidos.
Essa foi a primeira resolução aprovada cobrando um "cessar-fogo imediato" na região. Resoluções anteriores haviam sido repetidamente bloqueadas pelos Estados Unidos. O texto "exige um cessar-fogo imediato para coincidir com o mês do Ramadã", que começou há mais de duas semanas. Além disso, ela "exige a libertação imediata e incondicional de todos os reféns" e busca alcançar uma trégua duradoura.
O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, respondeu. Em seu perfil na rede social X, ele chamou de “vergonha” a postura de Petro, disse que o colombiano apoia os “terroristas do Hamas” e afirmou que Israel não vai ceder às ameaças.
Petro adota uma linha crítica ao governo de Israel desde o início dos ataques israelenses na Faixa de Gaza. A Colômbia foi um dos primeiros países a denunciar o que chamou de “genocídio” contra palestinos. Oito dias depois do início dos conflitos entre Israel e o Hamas, Petro disse que “não apoia genocídios” e que poderia romper as relações com Tel Aviv.
No dia seguinte, Israel interrompeu a exportação de produtos de defesa para a Colômbia. A medida foi uma respostas às falas de Petro. A embaixadora colombiana no país chegou a ser convocada para prestar esclarecimentos pelas críticas do chefe do Executivo.
Já em fevereiro de 2024, Petro suspendeu a compra de armas de Israel. A medida foi tomada depois que soldados israelenses dispararam contra palestinos que se reuniram na Cidade de Gaza para receber ajuda humanitária. Mais de cem pessoas morreram no episódio.
O presidente da Colômbia disse que a ação israelense “se chama genocídio e lembra o Hocausto, mesmo que as potências mundiais não gostem de reconhecer”. O colombiano disse ainda que o mundo deveria “bloquear Netanyahu”.
Nesta terça, ao menos 18 pessoas morreram após um ataque israelense em Gaza. Dessas, ao menos 9 eram crianças. Os dados são do Ministério da Saúde da Autoridade Palestina.
Edição: Rodrigo Durão Coelho