O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou nesta segunda-feira (25) sua inscrição como candidato do governo para as eleições de 2024. Em busca a reeleição para o terceiro mandato, ele registrou sua candidatura no final da manhã na sede do Conselho Nacional Eleitoral, em Caracas.
O ato de inscrição foi acompanhado por milhares de apoiadores que marcharam nas ruas da capital venezuelana para acompanhar o chefe do Executivo. Militantes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) se reuniram em dois pontos, Praça Venezuela e Faculdade de Engenharia, e caminharam pela avenida Bolívar até o CNE.
Em discurso depois de se postular para as eleições, Maduro disse que foi inscrever não só uma candidatura, “mas um sonho de pátria e de transformação do futuro”. Ainda de acordo com ele, esta é uma eleição "pelo direito de um futuro, de existir e a independência da pátria”.
O presidente venezuelano também falou sobre um projeto de país que seu governo tem e que a oposição “enganou a sociedade com seus títeres do império”. Ele prometeu proteger a sociedade nos quesitos econômico e social e disse que fará uma “união perfeita” entre o projeto do ex-presidente Hugo Chávez e o 7T do governo atual –plano que envolve sete pilares: modernizar a economia, independência total, paz, segurança e integridade territorial, social, política, ecologia e geopolítica.
Depois de discursar na sede do CNE, Maduro falou para os manifestantes que o acompanharam no ato. Disse que faria uma campanha “alegre” e que ouviu os apontamentos, sugestões e críticas de cada militante.
Maduro assumiu o governo da Venezuela em 2012, após a morte de Chávez. Ele era ministro das Relações Exteriores e tomou posse como presidente interino em 12 de outubro daquele ano. Em 2013, participou da sua primeira eleição como candidato a presidente. Venceu com 50,61% dos votos. Cinco anos depois, venceu sua segunda eleição com 67,84% dos votos válidos.
Oposição reclama
A candidata da Plataforma Unitária, Corina Yoris, disse que ainda não conseguiu se inscrever. O prazo final para a postulação dos candidatos é esta segunda-feira. Segundo ela, tanto o seu grupo político, quanto a Unidade Democrática e o partido Um Novo Tempo não tiveram acesso à plataforma de inscrições do CNE.
Ela foi formalizada como candidata do grupo na última sexta-feira (22) no lugar de María Corina Machado, que está inabilitada por 15 anos no país.
Em coletiva de imprensa, Yoris disse que seus direitos estão sendo “violados” ao não poder oferecer “uma candidatura ao povo venezuelano”. Segundo ela, representantes do seu partido tentaram ir ao CNE para fazer a inscrição, mas não conseguiram ter acesso ao prédio pelos bloqueios nas ruas das manifestações.
Por isso, a oposição pediu a prorrogação do prazo para as inscrições por 3 dias. O Conselho Nacional Eleitoral ainda não respondeu. As eleições estão marcadas para 28 de julho.
Corina Yoris tem 79 anos e é filósofa, com doutorado em História. Ela é professora de Lógica e faz parte da Sociedade Venezuelana de Filosofia. A inscrição da candidata foi feita nos últimos momentos.
Edição: Rodrigo Durão Coelho