O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (20) reduzir a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, de 11,25% ao ano para 10,75% ao ano. O corte é o sexto seguido anunciado pelo órgão e já era esperado por economistas.
Com a nova redução, a Selic retomou o patamar de fevereiro de 2022. Economistas ligados a bancos esperam que ele esteja em 9% ao final de 2024 – mesmo patamar do fim de 2021.
A taxa Selic é uma espécie de referência para a economia nacional. Sua redução tende a baratear empréstimos e financiamentos, estimulando o crescimento da atividade econômica, a geração de empregos e renda. Seu corte é um pleito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Sua elevação, por outro lado, retrai a atividade econômica e tende a frear o aumento da inflação, que está em alta neste início do ano.
Dívida pública
A Selic também é usada para correção monetária da dívida pública do país. Seu corte em 0,5 deve gerar uma economia de R$ 23 bilhões no pagamento dessa dívida. O valor é equivalente ao dobro do orçamento deste ano do programa Minha Casa Minha Vida.
No último dia 7, o BC divulgou seu relatório mais atual sobre a situação fiscal do setor público brasileiro. Segundo o Banco Central (BC), só em janeiro, o setor público – governo federal, regionais e estatais – gastou R$ 79,9 bilhões para pagar juros da dívida pública.
Nos 12 meses encerrados em janeiro, foram R$ 745,9 bilhões – 20% a mais do que os R$ 621 bilhões gastos nos 12 meses anteriores.
De acordo com a proposta do governo para o Orçamento de 2024, quase metade de todos os recursos arrecadados pela União no ano que vem serão destinados a pagamento da dívida, juros e serviços financeiros.
Edição: Thalita Pires