O Brasil recebe nos dias 21 e 22 de fevereiro a reunião de ministros das Relações Exteriores do G20. A conferência será presidida pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e vai contar com a presença do chanceler russo, Serguei Lavrov, e o secretário de Estado estadunidense, Anthony Blinken, entre outros ministros do grupo.
Na abertura do evento nesta terça-feira (20), o embaixador Mauricio Carvalho Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores e negociador principal do Brasil no G20, falou as pautas prioritárias da presidência do Brasil durante a conferência. O Brasil assumiu a presidência do grupo em 1º de dezembro de 2023, com mandato até 30 de novembro deste ano.
De acordo com o embaixador, a reforma da governança global, o combate às mudanças climáticas e a aliança global contra a fome foram definidos como temas prioritários do Brasil durante a reunião dos chanceleres do G20.
"Um tema absolutamente prioritário também para a presidência brasileira é o tema da reforma da governança global. Esse tema, como os Srs. e Sras. sabem, foi estabelecido como uma das prioridades maiores da presidência brasileira durante o G20", disse Maurício Lyrio.
"A aliança global contra a fome e a pobreza é uma prioridade, ou seja, toda a agenda social internacional. Segundo, a questão da mobilização contra as mudanças do clima, ou seja, como obter recursos para as transições energéticas e combate à mudança do clima. E o terceiro é a reforma da governança global. Como tem dito o presidente Lula, estamos vivendo um mundo sem governança e a proliferação de conflitos preocupa de uma forma muito aguda", completou o embaixador.
Ao ser perguntado por repórteres se as recentes declarações do presidente Lula, comparando as ações de Israel contra civis em Gaza com o o genocídio de judeus promovido pela Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial, podem atrapalhar a dinâmica da presidência brasileira durante o G20.
"Tem sido uma posição clara do governo brasileiro, que é, no caso da resolução de qualquer conflito, pregar pela paz. E por isso também é muito importante essa história da reforma da governança global, porque uma coisa é trabalhar pela paz em cada um dos conflitos, outra coisa é a governança global que evite a eclosão dos conflitos, então nós estamos apagando incêndios", afirmou.
O embaixador afirmou que a presidência brasileiras defende uma "reforma efetiva da ONU", para que a organização seja um instrumento efetivo para evitar novos conflitos". "É preciso "adaptar o sistema internacional a evitar a ocorrência de novos conflitos, daí o papel da ONU é cental", completou.
Edição: Rodrigo Durão Coelho