O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou, nesta sexta-feira (16), que é necessário que haja uma trégua temporária na Faixa de Gaza para retirar os reféns do território palestino, como parte de um eventual acordo para trocá-los por prisioneiros detidos em Israel.
"Defendo firmemente a ideia de que deve haver um cessar-fogo temporário para tirar os prisioneiros, para tirar os reféns", disse Biden na Casa Branca. O presidente acrescentou que teve conversas "exaustivas" com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sobre esse assunto e que as negociações estão "em andamento".
Esta semana, representantes dos mediadores do conflito – Estados Unidos, Catar e Egito – se reuniram no Cairo para tentar alcançar um acordo que inclua a interrupção dos combates e uma troca de reféns do Hamas por prisioneiros palestinos detidos em Israel.
Na quinta-feira, Turquia e Egito manifestaram conjuntamente um pedido de cessar-fogo imediato, assim como o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que criticou os ataques israelenses e afirmou que "não tem nenhuma explicação o comportamento de Israel, a pretexto de derrotar o Hamas, estar matando mulheres e crianças, coisa jamais vista em qualquer guerra que eu tenha conhecimento".
Depois que o jornal The Washington Post informou que vários países, incluindo os Estados Unidos - principal aliado político e militar de Israel - estão trabalhando em uma proposta para um plano de paz duradouro que aborda o reconhecimento do Estado palestino, Netanyahu se pronunciou contra essa medida e afirmou não ter recebido "nenhuma proposta nova" do Hamas sobre a libertação de reféns.
Ataque a hospitais
O Ministério da Saúde de Gaza, território palestino governado pelo Hamas, afirmou que cinco pacientes morreram na quinta-feira (15) devido a um corte do fornecimento de oxigênio após invasão das tropas israelenses.
Após um cerco de várias semanas, o Exército de Israel executou na quinta uma operação no hospital Nasser, um dos últimos centros de saúde que permanece operacional na Faixa de Gaza e que fica na cidade de Khan Yunis, na região sul do enclave próxima à cidade de Rafah, na fronteira com o Egito, onde estão abrigados 1,4 milhão de palestinos, muitos deles refugiados.
O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos afirmou que a operação no hospital Nasser parece ser "parte de um padrão de ataques das forças israelenses contra infraestruturas civis que são essenciais para salvar vidas em Gaza, em particular hospitais".
Edição: Rodrigo Durão Coelho