O Ministério da Saúde de Gaza, território palestino governado pelo Hamas, afirmou que cinco pacientes morreram na quinta-feira (15) devido a um corte do fornecimento de oxigênio após invasão das tropas israelenses.
Após um cerco de várias semanas, o Exército de Israel executou na quinta uma operação no hospital Nasser, um dos últimos centros de saúde que permanece operacional na Faixa de Gaza e que fica na cidade de Khan Yunis, na região sul do enclave próxima à cidade de Rafah, na fronteira com o Egito, onde estão abrigados 1,4 milhão de palestinos, muitos deles refugiados.
O Ministério da Saúde de Gaza expressou preocupação com as pessoas internadas nas unidades de terapia intensiva e afirmou que considera "Israel responsável pelas vidas dos pacientes e dos funcionários, pois o complexo está sob seu controle".
O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos afirmou que a operação no hospital Nasser parece ser "parte de um padrão de ataques das forças israelenses contra infraestruturas civis que são essenciais para salvar vidas em Gaza, em particular hospitais".
A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) descreveu a situação no hospital como "caótica" e informou que seus funcionários foram obrigados a fugir, "deixando os pacientes para trás". "Eles estão nos matando lentamente", disse à agência de notícias AFP Mohamad Yaghi, em Rafah. "Estamos morrendo lentamente devido à falta de recursos e à falta de medicamentos e tratamentos", afirmou.
Negociações
Esta semana, representantes dos mediadores do conflito – Estados Unidos, Catar e Egito – se reuniram no Cairo para tentar alcançar um acordo que inclua a interrupção dos combates e uma troca de reféns do Hamas por prisioneiros palestinos detidos em Israel.
Na quinta-feira, Turquia e Egito manifestaram conjuntamente um pedido de cessar-fogo imediato, assim como o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que criticou os ataques israelenses e afirmou que "não tem nenhuma explicação o comportamento de Israel, a pretexto de derrotar o Hamas, estar matando mulheres e crianças, coisa jamais vista em qualquer guerra que eu tenha conhecimento".
Depois que o jornal The Washington Post informou que vários países, incluindo os Estados Unidos - principal aliado político e militar de Israel - estão trabalhando em uma proposta para um plano de paz duradouro que aborda o reconhecimento do Estado palestino, Netanyahu se pronunciou contra essa medida e afirmou não ter recebido "nenhuma proposta nova" do Hamas sobre a libertação de reféns.
*Com AFP
Edição: Lucas Estanislau