O Conselheiro especial do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, Jack Smith, apresentou nesta quinta-feira (27/07) três novas acusações contra o ex-presidente norte-americano Donald Trump no caso dos documentos sigilosos encontrados em seus imóveis.
O processo diz respeito à manipulação ilegal de documentos confidenciais com informações sobre a segurança nacional, que Trump teria levado consigo e mostrado a outras pessoas após deixar o cargo de presidente em 2021.
O caso também aborda as tentativas do ex-presidente e seus assessores em "obstruir as repetidas tentativas do governo de recuperar o material confidencial", segundo o jornal norte-americano The New York Times (NYT).
Ainda de acordo com o NYT, o complemento do processo apresenta três acusações: a primeira sobre tentativa de "alterar, destruir, mutilar ou ocultar provas"; a segunda sobre induzir terceiros a executar estas ações; e a última sobre a exibição dos documentos oficiais de segurança nacional que do ex-presidente para visitantes de seu clube de gole em Nova Jersey.
Quanto ao conteúdo dos documentos, o NYT afirma que a acusação aponta para um plano de batalha relacionado a um ataque ao Irã, exibido por Trump "a duas pessoas que ajudavam seu ex-chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, a escrever um livro".
Trump, por sua vez, afirmou em entrevista a Fox News, que tais documentos, na verdade eram "uma quantidade enorme de papéis e tudo o mais falando sobre o Irã e outras coisas. E pode ter sido retido ou não, mas não era um documento. Eu não tinha um documento propriamente dito".
O promotor também apresentou uma nova acusação, contra um funcionário de manutenção do resort Mar-a-Lago, Carlos de Oliveira, que teria ajudado Waltine Nauta, um dos assessores de Trump que também foi indiciado, a excluir as filmagens do sistema de monitoramento e a transportar caixas com documentos sigilosos.
Segundo NYT, a acusação aponta que Oliveira e Trump tiveram uma ligação telefônica com duração de 24 minutos em junho de 2022, pouco tempo após o governo dos Estados Unidos ter solicitado as imagens das câmeras de vigilância do resort como parte da investigação contra o republicano.
A acusação revisada ainda afirma que Oliveira mentiu para investigadores federais ao negar repetidamente ter visto ou saber de qualquer informação sobre caixas de documentos em Mar-a-Lago. O jornal afirma que o julgamento de Oliveira está marcado para a próxima segunda-feira (31/07), em Miami.
Por sua vez, um porta-voz de Donald Trump afirmou que as novas acusações são uma "tentativa contínua, desesperada e inquieta" do governo do atual presidente, Joe Biden, de "assediar Trump e aqueles ao seu redor" para influenciar as eleições presidenciais de 2024.
O julgamento do caso está marcado para 20 de maio de 2024, época das primárias para as próximas eleições presidenciais do país. Trump continua sendo julgado pelas tentativas de manutenção de seu poder mesmo após as derrotas eleitorais em 2020, que levaram ao ataque ao Capitólio em 2021.
O NYT também afirma que o ex-presidente "está sendo investigado por possível interferência eleitoral pelo gabinete do promotor público no condado de Fulton, Geórgia", e pelos pagamentos secretos a uma atriz pornô em 2016, a fim de silenciá-la em um caso de difamação.
(*) Com Ansa.