Aliança Militar

Biden diz que entrada da Ucrânia na Otan depende do fim da guerra com a Rússia

Presidente estadunidense reafirmou o seu compromisso com envio de armas aos ucranianos

São Paulo |
O presidente dos EUA, Joe Biden , caminha ao lado do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em sua visita a Kiev em 20 de fevereiro de 2023 - Dimitar Dilkoff / AFP

O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que acredita ser cedo para a adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). E que isso deve acontecer somente após um cessar-fogo definitivo entre o país e a Rússia. Contudo, ele firmou seu compromisso e de seus aliados quanto ao fornecimento de armas ao presidente Volodymyr Zelensky e seu exército. As afirmações foram dadas em entrevista ao jornalista Fareed Zakaria, da CNN, na última sexta (7), que foi ao ar neste domingo (9).

"Não acredito que exista unanimidade sobre a Ucrânia entrar na Otan agora. Neste momento, em meio a uma guerra", afirmou Biden. O presidente ressaltou que os Estados-membros da aliança militar estariam implicados em defender "cada centímetro de território da Otan". "Se a guerra está em curso, então estaríamos todos em guerra", ressaltou.

O posicionamento já é de comum acordo com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Contudo, Zelensky pediu um sinal da garantia de que poderá se unir à aliança quando a guerra terminar. “Entendemos que não podemos ser membros da Otan durante a guerra, mas precisamos ter certeza de que depois da guerra seremos”, disse Zelenskiy no Dia da Constituição da Ucrânia, em 28 de junho. Ele deve comparecer à cúpula da Otan, que acontecerá esta semana na Lituânia, entre os dias 11 e 12 de julho.

Biden também afirmou que o envio de bombas de fragmentação para o país do leste europeu foi uma decisão difícil, mas necessária. “Foi uma decisão muito difícil da minha parte. Esta é uma guerra relacionada à munições. E eles estão ficando sem munição, e estamos com pouca munição”, disse. Biden ainda disse que as bombas estão sendo enviadas apenas por um período, enquanto os EUA produzem mais artilharia de 155 mm. Os EUA dizem ter recebido garantias por escrito de Kiev de que as tropas ucranianas não usarão as armas na Rússia ou em áreas urbanas.

O envio das bombas de fragmentação tem sido criticado por outros membros da Otan, como Reino Unido e Canadá, além de países parceiros, como a Nova Zelândia. A preocupação é que a vida de civis seja colocada em risco. As bombas de fragmentação são proibidas em mais de 100 países e são banidas por convenção internacional. Elas liberam um grande número de pequenas submunições explosivas que se espalham por uma ampla área. E podem permanecer no solo por anos antes de detonar.

Edição: Thales Schmidt