Nessa quinta-feira (18), a morte do adolescente João Pedro Mattos Pinto completará três anos sem que a investigação tenha sido concluída com a punição dos envolvidos. O jovem de 14 anos foi morto dentro de casa, durante uma operação das polícias Civil e Federal no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.
Amanhã, os pais do adolescente, Rafaela Mattos e Neilton da Costa, estarão em Brasília para um encontro com representantes do Ministério da Igualdade Racial. Na reunião, os pais de João Pedro pedirão celeridade na conclusão das investigações e também entregarão um abaixo-assinado com três milhões de assinaturas colhidas na internet em que se cobra a solução no caso.
Leia mais: Em audiência, testemunha diz que não viu criminosos perto da casa em que adolescente foi morto
Nesta quarta-feira (17), representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Defensoria Pública, parlamentares, como o deputado estadual Prof. Josemar (PSOL), que é presidente da Comissão de Combate às Discriminações na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) estiveram com a família do jovem.
"Essa demora tem causado danos físicos e mentais em nossa família. Precisamos alcançar a sonhada Justiça, até para ajudar a luta de outras famílias", declarou a mãe do menino.
O encontro definiu que serão enviados ofícios à 4ª Vara Criminal de São Gonçalo com pedido para especial atenção à duração do processo, e ao governador Cláudio Castro (PL) para que reconheça a violação por parte dos agentes do estado e publique um pedido formal de desculpas, além da indicação para a construção de um memorial às vítimas, entre outras iniciativas.
"Também recebemos outras mães e familiares de vítimas de agentes do Estado, as mães de Manguinhos, do Complexo do Chapadão e da comunidade da Maré, todos em busca de justiça. O Estado do Rio de Janeiro é o epicentro da violência policial, o Rio de Janeiro concentra cerca de 40% das vítimas de violência policial do país. Essa realidade precisa mudar", afirmou o parlamentar do PSOL.
Leia também: Incerteza sobre futuro dos quiosques da praia de Icaraí em Niterói (RJ) preocupa trabalhadores
O crime que vitimou João Pedro ocorreu na noite do dia 18 de maio de 2020. João brincava em casa com amigos quando policiais entraram atirando. O menino foi atingido por um disparo de fuzil na barriga.
Na última segunda-feira (15), um menino de 12 anos foi baleado na cabeça, também em São Gonçalo, no momento em que agentes do 7° BPM faziam patrulhamento na região. Ele vai passar por cirurgia. São Gonçalo tem cerca de um milhão habitantes, segundo maior município depois da capital do estado.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Eduardo Miranda