O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou em Xangai, na China, nesta quinta-feira (13), uma série de reuniões com empresários e lideranças políticas. A cidade tem uma população de 26 milhões e é a área urbana mais populosa da China. O chefe de governo brasileiro partiu da cidade e tinha chegada prevista na capital, Pequim, às 9h30. Segundo a assessoria da Presidência, Lula partiu há pouco do aeroporto de Xangai e ainda não pousou na capital.
Dos compromissos em Xangai, o destaque foi a visita ao centro de desenvolvimento da gigante de tecnologia Huawei. A empresa, como informou o próprio Lula no Twitter, fez uma apresentação sobre 5G e soluções em telemedicina, educação e conectividade. “Um investimento muito forte em pesquisa e inovação”, comentou.
O contato do chefe de governo brasileiro com a Huawei – assim como a expectativa da assinatura de acordos bilaterias envolvendo a companhia – tem grande significado político, além de econômico. O governo brasileiro já assinou um acordo com a empresa, que se compromete em colaborar para a expansão da internet no país, garantindo inclusão digital até mesmo em escolas brasileiras.
A Huawei foi o foco de uma “guerra” entre os Estados Unidos e a China em 2020, quando o governo de Donald Trump acusou Pequim de “explorar o capital dos EUA” para modernizar seu aparato militar, de inteligência e de segurança, segundo o presidente americano à época. A “guerra” girou em torno do sistema 5G, e os norte-americanos tentaram, mas não conseguiram, destruir a Huawei.
Fábrica em Camaçari
O presidente brasileiro também se reuniu com o CEO da empresa de veículos elétricos BYD, Wang Chuanfu. A empresa produz ônibus elétricos e negocia uma fábrica de automóveis elétricos, em Camaçari, na Bahia. A expectativa é de que a BYD assuma o Polo Automotivo naquela região, ocupada pela Ford até 2021, quando a montadora norte-americana anunciou o fim da produção de carros no Brasil e demitiu cerca de 4 mil trabalhadores na região.
Lula se reuniu também, em Xangai, com o presidente do Conselho da China Communications Construction Company (CCCC), Wang Tongzhou. A companhia é a maior do setor da construção civil chinesa. No Brasil, ela investe em obras de infraestrutura, como a construção da ponte Salvador-Itaparica.
Na reunião, acompanhada por ministros de estado e governadores que estão na comitiva, o presidente da CCCC expressou seu desejo de aumentar a cooperação entre empresas brasileiras e chinesas. Wang propôs a criação de mecanismos de troca direta entre o yuan (moeda chinesa) e o real, para facilitar transações financeiras entre os dois países.
O presidente brasileiro também teve uma audiência com o secretário-geral do Partido Comunista em Xangai, Chen Jining, e participou de jantar oferecido pelo dirigente.