Um protesto em defesa de Julian Assange cercou o Parlamento britânico neste sábado (8). A mobilização de centenas de pessoas que fizeram uma corrente humana pediu a liberdade do jornalista que revelou segredos e possíveis crimes de guerra dos Estados Unidos. O ato ocorre enquanto ele segue na prisão de segurança máxima de Belmarsh, em Londres.
Entre os manifestantes esteve Jeremy Corbyn, ex-líder do Partido Trabalhista britânico.
Supporters in London gather around the Houses of Parliament to call for release of Julian Assange | via @DiEM_25 #SurroundParliament #FreeAssangeNOW pic.twitter.com/x4JWybwOvD
— WikiLeaks (@wikileaks) October 8, 2022
Stella Morris, advogada e esposa de Assange, havia afirmado ao jornal britânico The Independent que a corrente humana "simboliza o apoio que o povo tem pela liberdade de Assange e pelo o que ele representa".
"É para lembrar às pessoas que este é um caso político, e sua prisão é politicamente motivada", disse Morris.
Assange, de 51 anos, está preso e o Reino Unido autorizou sua extradição para os Estados Unidos, onde ele pode ser condenado a até 175 anos de prisão. A Casa Branca usa a lei contra a espionagem datada da Primeira Guerra Mundial para processar o jornalista pela publicação de documentos e informações sigilosas que revelaram possíveis crimes de guerra dos Estados Unidos.
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A extradição foi autorizada pelo governo do então primeiro-ministro Boris Johnson em junho deste ano. A defesa do jornalista tenta recorrer da decisão.
Mobilização no Brasil
Movimentos populares e integrantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e do Partido da Causa Operária (PCO) foram ao consulado britânico na sexta-feira (7) no Rio de Janeiro protocolar uma carta em defesa da não extradição de Assange e sua liberdade.
Os manifestantes, todavia, foram impedidos de entrar.
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A jornalista e conselheira da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) Camilla Shaw participou da mobilização. Ela afirma que só conseguiu entregar a carta por ser cidadã britânica.
"Fomos impedidos de entrar no consulado. Além dessa posição, eu sou cidadã britânica. Só autorizaram a entrega da carta depois da 'carteirada' que dei. Ainda assim eu não pude entrar no consulado, entreguei a carta pelas grades.
Edição: Rodrigo Durão Coelho