Um pesquisador do Datafolha foi agredido com chutes e socos por um bolsonarista em Ariranha, interior paulista, na tarde da terça-feira (20). O caso foi divulgado pelo próprio instituto de pesquisa no fim da tarde de quarta (21).
Segundo o Datafolha, o entrevistador estava na rua e ouvia as opiniões de uma pessoa quando um homem identificado como Rafael Bianchini se aproximou e exigiu que também fosse entrevistado, gritando expressões como "só pega Lula" e "vagabundo".
Depois de encerrada a entrevista, começaram as agressões físicas. O pesquisador foi atingido nas costas, e o tablet que ele usava caiu no chão. O filho do agressor também o atacou, segundo o instituto.
As agressões pararam quando outras pessoas intervieram, mas o agressor entrou na casa onde mora e saiu com uma faca, intensificando as ameaças. Ele foi contido pelo filho.
O caso foi registrado na delegacia da cidade, que fica na região de São José do Rio Preto. O delegado responsável informou que o processo corre em sob sigilo. O pesquisador foi atendido em um pronto-socorro e liberado, e disse que vai procurar a Justiça.
"O pesquisador estava desempenhando seu trabalho e foi covardemente agredido fisicamente. Nada justifica qualquer tipo de agressão. Estamos acompanhando um aumento da hostilidade em relação aos pesquisadores e isso é muito preocupante", disse Luciana Chong, diretora do Datafolha, em entrevista publicada pela Folha de S. Paulo.
Casos de ameaças e agressões têm sido comuns, segundo o Datafolha. São vários relatos de pessoas que gritaram e gravaram imagens dos entrevistadores como forma de intimidá-los. A maioria das agressões, segundo a direção do instituto, realizadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).
TCU aciona Ministério da Defesa sobre "contagem paralela" nas eleições
O Tribunal de Contas da União (TCU) enviou questionamentos ao Ministério da Defesa sobre a "checagem paralela" que os militares pretendem fazer durante as eleições deste ano. No ofício, a secretária-geral de Controle Externo do Tribunal, Diony Mary de Cerqueira Barbosa, solicita que a Defesa informe se de fato vai fazer a checagem, quais os critérios usados e quais os objetivos.
Segundo a Folha de S. Paulo, o TCU quer comparar o resultado da apuração paralela com a divulgação dos resultados oficiais pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O TCU quer saber ainda quais serão as providências das Forças Armadas caso identifique divergências.
O TCU pretende, ainda, fiscalizar as urnas para garantir dados que possam contrapor a apuração paralela dos militares, caso seja necessário.
Paulinho da Força tem candidatura negada pelo TRE-SP
O deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP) teve a candidatura à reeleição indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), em julgamento realizado nesta quinta-feira (21).
Condenado em primeira instância em junho de 2020 pelos crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, ele teve a candidatura negada por 4 votos a 2.
O candidato disse que pretende recorrer, e, em nota, afirma que atribui a decisão à postura que tem mantido contra Jair Bolsonaro (PL) e a favor da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O Solidariedade, partido do qual Paulinho é presidente, está na coligação do petista.
"Estou plenamente confiante que o registro da minha candidatura será aprovado pelo TSE. Com o devido respeito ao TRE-SP, não consigo entender a decisão", complementou.
Autor de pedido de impeachment de Dilma, Miguel Reale Júnior declara apoio a Lula no 1º turno
Um dos autores do pedido que culminou com o afastamento da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) em 2016, o jurista Miguel Reale Júnior declarou apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no 1º turno das eleições presidenciais deste ano.
Ex-ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Reale diz que é preciso apoiar Lula para "evitar o pior", em referência ao atual mandatário e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL).
"Devemos nesse instante evitar um mal maior. Evitar que haja conturbações na vida social brasileira. Bolsonaro já usou o enterro da rainha Elizabeth II e a reunião da ONU para fazer campanha. Imagine o que ele faria no segundo turno?", disse ao jornal O Globo.
Reale chegou a anunciar apoio à candidatura de Simone Tebet (MDB), mas diante da dificuldade da autoproclamada "terceira via" em decolar, decidiu unir esforços em busca da vitória do petista.
Kim Kataguiri diz que foi ameaçado de morte e pede proteção policial
O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), candidato à reeleição, afirmou que recebeu uma ameaça de morte nas redes sociais. Em mensagem no Twitter, um usuário anônimo disse que vai "matar o Kim Kataguiri" em evento que está programado para a próxima sexta-feira (23) em Santo André, na região metropolitana de São Paulo.
Kataguiri, integrante do "Movimento Brasil Livre" (MBL), disse que registrou boletim de ocorrência e solicitou proteção policial. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) disse que vai reforçar o policiamento no entorno do local onde acontecerá o evento.
O encontro deve reunir integrantes do MBL e apoiadores, entre eles Arthur do Val, conhecido como "Mamãe Falei", que teve o mandato de deputado estadual cassado em São Paulo após declarações sexistas sobre mulheres ucranianas.
Paulo Guedes contraria relatório e afirma que não há 33 milhões de pessoas passando fome no Brasil
Em encontro com empresários do setor automotivo, o ministro da Economia do governo de Jair Bolsonaro (PL) afirmou que "é impossível" ter 33 milhões de pessoas passando fome no Brasil. O número foi apresentado no 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, feito pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).
Autor de frases como "dólar alto é bom", Guedes minimizou o problema da fome no país e afirmou que o governo está "transferindo para para os mais pobres, com o Auxílio Brasil, 1,5% do PIB, três vezes mais que recebiam antes".
Para o "Posto Ipiranga" de Bolsonaro, a inflação em alta não foi suficiente para diminuir o poder de compra da população. Para ele, a transferência de renda é suficiente para evitar que as pessoas passem fome.
Edição: Rodrigo Durão Coelho