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CPMI vai gerar 'memes', diz Tebet; comitiva embarca para investigar morte de Yanomami e mais

Ronda tem ainda avanço de investigação sobre possíveis crimes de Carlos Bolsonaro e sabatina de indicado por Lula à Abin

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
A ministra do Planejamento, Simone Tebet - José Cruz/ Agência Brasil

A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), afirmou que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) criada para investigar os atos golpistas de 8 de janeiro vai "cair em cansaço", terá "ataques pessoais" e "grosseria" e "o que não vai faltar são memes".

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Tebet disse ainda que "espera estar errada" e que torce para que a CPMI "não seja vitrine para nos envergonhar, que haja urbanidade". A ministra avalia, ainda, que a maior parte da população brasileira não está preocupada com as investigações e está "cansada da polarização".

"A minha experiência, de muito tempo de Congresso, é que nós estamos em um momento distinto. É início de governo, e normalmente CPIs acontecem no fim, isso paralisa a máquina pública. Estas CPIs estão distantes da realidade do povo brasileiro. Não vão ter esse protagonismo, essa vitrine, e com isso paralisar o Congresso, como foi na pandemia", disse. Tebet, na época senadora, foi uma das parlamentares de destaque nas investigações sobre a atuação do governo de Jair Bolsonaro (PL) na pandemia da covid-19.

Em outro momento da mesma entrevista, a ministra defendeu o arcabouço fiscal apresentado por seu colega Fernando Haddad (Fazenda), e afirmou que será possível cumprir as promessas de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sem comprometer as contas públicas.

:: Guilherme Mello: 'Tramitação do arcabouço fiscal será rápida e desenho será preservado' ::

"Não há antagonismo entre compromisso social e responsabilidade fiscal. O arcabouço conseguiu achar esse equilíbrio. Com isso, eu tenho recurso para programas sociais, mas consigo atingir compromissos na área fiscal. De um lado, ter meta e dizer que o Brasil não gasta mais do que arrecada, ou seja, vamos ter controle dos gastos, meta de resultado primário e vamos zerar essa conta no ano que vem", disse ao jornal.

Ministério da Justiça investiga assassinato de yanomami em Roraima

O Ministério da Justiça enviou uma comitiva para investigar, em Roraima, o assassinato de um indígena de 36 anos na comunidade de Uxiu, que fica dentro da Terra Indígena Yanomami. No ataque, que aconteceu no último sábado (29), outros dois indígenas foram baleados e ficaram feridos.

Entre os integrantes do grupo que fará a investigação estão o secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar; o diretor da Força Nacional, Fernando Alencar; e o diretor de Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal, Humberto Freire. Equipes da Polícia Federal já tinham iniciado as investigações no local antes do envio desse grupo.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, foi quem solicitou o apoio do Ministério da Justiça. Pelas redes sociais, ela valorizou os esforços realizados pelo governo Lula, mas disse que ainda faltam muito trabalho para garantir a retirada de todos os garimpeiros ilegais das terras indígenas.

MP investiga militar por envolvimento em supostos crimes de Carlos Bolsonaro

Envolvido nas investigações sobre esquemas de rachadinhas no gabinete do hoje senador Flávio Bolsonaro (PL), o coronel do Exército Guilherme dos Santos Hudson pode estar envolvido também em possíveis crimes envolvendo outro filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL): o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos).


Carlos Bolsonaro, investigado pelo MP do Rio de Janeiro / Agência Brasil

Segundo apurou a colunista Juliana dal Piva, do Uol, investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) que analisam suspeitas de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no gabinete de Carlos chegaram ao núcleo de familiares dos Bolsonaro em Resende, cidade do interior do Rio de Janeiro onde fica a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).

Hudson é tio de Ana Cristina Siqueira Valle, segunda esposa de Jair Bolsonaro. O coronel e o capitão reformado se conheceram quando passaram pela Aman como estudantes nos anos 1970, e, desde então, sempre transitou pelo núcleo familiar dos Bolsonaro.

A relação se estendeu, inclusive, ao filho do coronel, Guilherme de Siqueira Hudson. Em 2008, quando ainda era estudante de direito, ele foi nomeado chefe do gabinete de Carlos Bolsonaro na Câmara dos Vereadores do Rio. Ele ficou no cargo até o fim de 2017.

Renan marca sabatina de indicado por Lula à Abin

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) atendeu a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e marcou para a próxima quinta-feira (4), às 11h, a sabatina do delegado da Polícia Federal (PF) Luiz Fernando Corrêa, que foi indicado pelo governo para ocupar a direção-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Segundo noticiou o blog do jornalista Octavio Guedes, no G1, Lula precisou intervir para garantir a sabatina no Senado. Isso porque Renan e outros senadores da base de apoio ao governo acreditam que Corrêa pode permitir a chegada de bolsonaristas à instituição.

O temor de Renan, segundo o jornalista, é justificado pela nomeação do também delegado da PF Alessandro Moretti, que foi indicado por Corrêa para o posto de "número 2" da agência. Moretti trabalhou junto do ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, que está preso no contexto das investigações sobre os ataques de golpistas bolsonaristas à Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro.


Renan teme que bolsonaristas integrem a cúpula da Abin / Brasil de Fato

A expectativa é que a base governista no Senado seja incisiva durante a sabatina de Corrêa, nesta quinta, para ter mais informações sobre quem ele pretende nomear para os cargos de confiança na Abin nos próximos meses, caso venha efetivamente a assumir a Agência.

Edição: Vivian Virissimo