As Câmaras Públicas das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk publicaram um apelo aos chefes das respectivas regiões separatistas da Ucrânia para que realizem imediatamente referendos sobre a adesão desses territórios à Federação Russa.
A adesão à Rússia, de acordo com os autores do apelo, "dará segurança ao território de Lugansk e abrirá novas oportunidades para sua restauração", diz o comunicado. Segundo o chefe da Câmara Pública local, Alexei Karyakin, a população local acredita que a estabilidade virá após o plebiscito.
Já o presidente da Câmara Pública de Donetsk, Alexander Kofman, afirmou que agora é a hora de "apagar a fronteira inexistente entre nossos Estados". Ele também enfatizou a importância de ter uma fronteira russa entre a República Popular de Donetsk e a Ucrânia.
"Todos nós sentimos e sabemos há muito tempo que Donbass é da Rússia, lutamos por isso há oito longos anos, sofremos ataques diários em nossas casas, ruas, hospitais, escolas e jardins de infância por isso. É hora de apagar a inexistente fronteira entre nossos Estados, como há muito foi apagada em nossos corações e realizar um referendo sobre a questão da adesão da República Popular de Donetsk à Federação Russa", disse Alexander Kofman.
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O que mudou com a guerra
Em meados de fevereiro de 2022, os líderes das regiões separatistas do leste da Ucrânia, que anunciaram a sua separação do país em 2014, pediram à Rússia que reconhecesse sua independência.
Em 21 de fevereiro, três dias antes do início da guerra na Ucrânia, Vladimir Putin assinou os decretos concretizando o reconhecimento. Ambas as repúblicas anunciaram planos para se tornar parte da Rússia. Mais tarde, o mesmo pedido foi manifestado nas regiões de Kherson e Zaporozhye.
No início de julho, a Rússia anunciava que a região de Lugansk estava então completamente sob controle russo, considerado um dos principais êxitos de Moscou durante a operação militar. No início de setembro, no entanto, a Ucrânia anunciou uma contra-ofensiva militar, retomando alguns territórios da região de Kharkov e se aproximando da linha de contato de Donetsk e Lugansk.
Em 12 de setembro, a administração militar ucraniana de Lugansk chegou a declarar que alguns assentamentos da região haviam sido "libertados". Kiev considera a presença das tropas russas nas regiões separatistas como uma ocupação ilegítima de Moscou.
Edição: Arturo Hartmann