Ronda Política

Siglas denunciam Bolsonaro por 7 de Setembro, MBL acusa bolsonarista de ameaça com arma e mais

Oposição acusa o presidente de uso partidário do ato em Brasília, que teria se tornado um "megacomício de campanha"

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
A Coligação Brasil da Esperança acusou o mandatário de fazer um "megacomício de campanha como candidato" - Evaristo Sa/AFP

União Brasil, PDT, Rede Sustentabilidade e a Federação Brasil da Esperança, formada por PT, PCdoB e PV, acionaram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo uso partidário do 7 de Setembro.

Para a federação que apoia a candidatura do ex-presidente Lula (PT), Bolsonaro usou "o evento cívico-militar do dia 7 de setembro, do qual deveria participar estritamente como presidente da República, para fazer, explicitamente, um megacomício de campanha como candidato".

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Na mesma linha, o PDT de Ciro Gomes apontou indícios de uso indevido de recursos do fundo partidário e possíveis doações não justificadas ao TSE para o patrocínio das manifestações partidárias no 7 de Setembro.


Michelle Bolsonaro, Jair Bolsonaro e Luciano Hang, da esquerda à direita / Foto: Alan Santos/PR

A candidata Soraya Thronicke (União Brasil), por sua vez, informou por meio de suas redes sociais que um dos pedidos da ação judicial da sigla contra o mandatário é o corte do tempo de TV e rádio na propaganda eleitoral. "Ainda vou pedir que este tempo seja redistribuído entre os demais candidatos à Presidência, para que a equidade seja respeitada", anunciou em seu perfil no Twitter.

O líder da oposição no Senado Federal, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), também por meio de suas redes sociais, afirmou que o partido irá ajuizar uma "ação junto ao TSE para apurar o abuso da máquina pública cometido por Bolsonaro hoje". "Bom saber que ele tem TANTOS imóveis suspeitos para indenizar cada centavo do que desfalcou do Tesouro com esses atos explícitos de campanha e que ofendem a Pátria."

No exterior, 7 de Setembro é noticiado como evento de campanha de Bolsonaro

O 7 de Setembro foi noticiado na imprensa internacional como um evento de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL).  

O jornal estadunidense New York Times destacou que o mandatário convocou seus apoiadores às ruas, onde deu o tom de sua campanha. "Ele tocou no que disse serem as suas realizações e concentrou-se nas promessas de campanha, incluindo manter o aborto e as drogas ilegais e combater o que ele chama de 'ideologia do gênero'", publicou o jornal.

Também dos Estados Unidos, o Washington Post foi no mesmo sentido do New York Times: o discurso focado em suas conquistas no governo federal e nas críticas ao seu principal oponente, o ex-presidente Lula, que está à frente de Bolsonaro em todas as pesquisas de intenção de voto a nível nacional.  

Da mesma forma, a CNN International publicou um texto que trata do caráter eleitoral que foi dado pela campanha de Bolsonaro ao feriado nacional. "Embora o Dia da Independência seja supostamente um feriado nacional não partidário, o presidente referiu-se frequentemente a ele como um marco fundamental na sua campanha de reeleição, dizendo aos apoiadores que se preparassem para 'dar as suas vidas' nesse dia - uma escalada na retórica mesmo para o líder populista declarado", publicou.

A agência de notícias Reuters foi na mesma linha e destacou as críticas contra Bolsonaro por uso indevido do 7 de Setembro. "Opositores e juristas criticaram o líder da extrema-direita por ter cooptado as celebrações públicas do bicentenário do Brasil para servir a sua campanha de reeleição", publicou.

Candidatos do MBL acusam aliado de Gil Diniz de tentar sacar arma durante briga na Paulista 

Amanda Vettorazzo (União Brasil), candidata à deputada estadual, e Cristiano Beraldo (União Brasil), candidato a deputado federal, ambos do Movimento Brasil Livre (MBL), acusaram um aliado do deputado estadual bolsonarista Gil Diniz (PL-SP) de tentar sacar uma arma contra eles durante uma briga na avenida Paulista, na tarde desta quarta-feira (7).

Quando a discussão esquentou, os integrantes do MBL afirmaram que o aliado do bolsonarista fez um movimento para supostamente tirar uma arma da cintura. Neste momento, Beraldo afirmou: "O que é isso? Tá armado, meu irmão, tá armado?". Na gravação, no entanto, não é possível visualizar uma arma.

"O que houve foi a tentativa irresponsável de um dos integrantes do MBL tirar a arma do militar que estava comigo", afirmou Gil Diniz à Folha de S. Paulo. Beraldo, por sua vez, disse ao jornal: "Quando a gente viu que ele estava armado, vimos a pistola na cintura dele, fomos pra cima dele justamente para impedir que ele puxasse a arma".

Haddad cancela evento em Presidente Prudente após "ameaças explícitas"

O candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) cancelou a sua ida a Presidente Prudente, no interior de São Paulo, depois de ter recebido "ameaças explícitas". O ex-prefeito de São Paulo concederia uma entrevista ao vivo para a TV Fronteira, afiliada da Rede Globo, às 11h45, nesta quinta-feira (8).


Fernando Haddad / Reprodução/Diogo Zacarias

De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela coordenação do PT, obtido pelo G1, a "campanha local tomou conhecimento anonimamente de áudios com o teor de ameaças".

No áudio, o responsável, que não foi identificado, afirma: "o Ricardo tinha que pegar o pessoal do Bolsonaro e hostilizar ele. Não sei que horas ele vai chegar na emissora, mas tipo ter algumas pessoas lá na porta para hostilizar ele. Ia ser muito legal esse Haddad ser hostilizado amanhã".

Edição: Nicolau Soares