Ronda Política

TSE manda excluir fake news sobre Instituto Lula, ruralista doa R$ 1 milhão a Bolsonaro e mais

Notícia falsa diz que Ipec é sediado no mesmo endereço do Instituto Lula

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Lula aparece à frente nas pesquisas de intenções de voto, seguido por Jair Bolsonaro e Ciro Gomes - Reprodução

Neste domingo (4), o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Paulo de Tarso Sanseverino determinou às plataformas Twitter, Facebook e TikTok a remoção de vídeos falsos que dizem que o Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), que realiza pesquisas de intenção de voto, é sediado no mesmo endereço do Instituto Lula.

Na representação, a Coligação Brasil da Esperança – formada por PT, PC do B, PV, Solidariedade, Rede, PSOL, PSB, Agir, Avante e Pros – argumentou que o vídeo tinha o objetivo de "descredibilizar o resultado das pesquisas de intenção de voto realizadas pelo Ipec e dar a entender que o candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva seria beneficiado, de maneira ilegal, pelas pesquisas eleitorais".

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Em todas as pesquisas a nível nacional, o ex-presidente Lula (PT) aparece à frente nas porcentagens de intenção de voto para primeiro e segundo turnos, seguido por Jair Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT).


Ministro Paulo de Tarso Vieira Sanseverino / Flickr/STJ

Em sua decisão, Sanseverino disse que a notícia é "sabidamente falsa". "O perigo na demora da prestação jurisdicional também foi suficientemente demonstrado, pois, como afirmado à inicial, as publicações que contêm informações inverídicas estão sendo postadas no período crítico do processo eleitoral, em perfis com alto [número] de seguidores e gerando um alto número de visualizações, o que possibilita, em tese, a ocorrência de repercussão negativa de difícil reparação na imagem do candidato", disse o magistrado.

Ministro do TSE determina que post de Latino com fake news sobre Lula seja removido 

Um dia antes, no sábado (3), Sanseverino determinou que as plataformas de redes sociais excluam uma publicação do cantor bolsonarista Latino que traz falas adulteradas do ex-presidente Lula.

No vídeo, Lula discursa em um ato do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, em 2017. O conteúdo, no entanto, foi editado para dar a entender que o ex-presidente teria chamado seus apoiadores de "vagabundos", "bandidos" e "traficantes".


Jair Bolsonaro e Latino / Reprodução/Redes Sociais

As siglas da Coligação Brasil da Esperança argumentaram que o vídeo poderia "atingir a integridade do processo eleitoral" e associar um "caráter pejorativo a tal discurso, como se Lula ofendesse seus próprios apoiadores".

TSE rejeita, mais uma vez, a remoção de um post em que Lula chama Bolsonaro de "genocida"

Neste domingo (4), a ministra Cármen Lúcia, do TSE, rejeitou mais uma vez a remoção de uma publicação na qual Lula critica a conduta do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia de covid-19 e chama o mandatário de "genocida".

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No vídeo, Lula aparece discursando para apoiadores, em 2 de agosto, em Campina Grande, na Paraíba. "Não estamos disputando eleição comum, estamos disputando contra o fascismo, contra os milicianos, contra pessoas que não têm sentimento e que não choraram uma única lágrima por quase 700 mil pessoas que morreram por conta do covid-19. Esse genocida que governa este país não é recebido por ninguém... E ninguém vem visitar o Brasil porque há um negacionista no governo", disse.


Cármen Lúcia / Arquivo / Agência Brasil

O Partido Liberal, ao qual Bolsonaro é filiado, argumentou que o discurso de Lula, proferido no dia 21 de julho, configurou propaganda eleitoral antecipada negativa. A ministra, no entanto, disse que as críticas do ex-presidente Lula estão protegidas pelo direito à liberdade de expressão.

Ruralista ultrapassa Piquet e doa R$ 1 milhão para campanha de Bolsonaro 

O produtor rural Oscar Luiz Cervi ultrapassou Nelson Piquet e doou R$ 1 milhão à campanha de Jair Bolsonaro. O valor mais expressivo doado por um financiador individual até então era de R$ 501 mil, doados pelo ex-automobilista.


Empresários do agronegócio estão entre os principais apoiadores de Jair Bolsonaro / José Cruz/Agência Brasil

Até o momento, os empresários do agronegócio têm sido os maiores financiadores individuais da campanha de Bolsonaro, que já somou R$ 7,89 milhões em doações de pessoas físicas, segundo levantamento feito pelo UOL. Dos 10 maiores financiadores, Piquet é o único que não é do setor.

Movimento fascista da década de 30 manifesta apoio a oito candidatos 

A Frente Integralista Brasileira manifestou apoio a oito candidatos para as eleições deste ano. São duas candidatas ao Senado: Márcia Bittar (PL-AC) e Damares Alves (Republicanos-DF); quatro candidatos à Câmara dos Deputados: João Neto do Cartório (Avante-CE), Professor Paulo Fernando (Republicanos-DF), Major Tarcízio (Podemos-PE) e Dr. Elimar (Republicanos-RJ); e dois candidatos a deputados estaduais: Jorge Pinheiro (PSDB-CE) e Veve (PP-MG).


Imagem divulgada pela Frente Integralista Brasileira mostra militantes em frente ao Congresso, em Brasília / Reprodução/Twitter - Integralismo no DF

Para candidatos de outros estados, a Frente recomendou o voto aos políticos do PTB, cujo candidato à Presidência passou a ser o Padre Kelmon. O nome do religioso foi escolhido depois que o TSE recusou o registro de Roberto Jefferson por unanimidade. 

Segundo a frente, os nomes citados estão comprometidos com "pautas essenciais do nacionalismo cristão".

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Fundada em 1932 por Plínio Salgado, a Ação Integralista Brasileira (AIB) se inspirou no fascismo que ganhava os ares da Europa na década pelas ações de Benito Mussolini e Adolf Hitler. Em 1937, a frente foi banida por Getúlio Vargas. Mas, em 2005, foi criada a Frente Integralista Brasileira numa tentativa de refundar a AIB.

TRE-SP condena Zambelli por propaganda irregular  

Neste sábado (3), o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) condenou a deputada federal e candidata à reeleição Carla Zambelli (PL) por propaganda eleitoral irregular depois que um ônibus inteiro foi envelopado com adesivo de sua campanha.


Zambelli chamou o ônibus de "Expresso da Liberdade" / Reprodução/Twitter/Carla Zambelli

O desembargador Regis de Castilho Barbosa Filho afirmou que a ação violou as regras do TSE, que limita o uso de adesivo a uma área de 0,5m² em automóveis.

Edição: Nicolau Soares