Representantes da Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral se reúnem na tarde desta quarta-feira (3) com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para entregar uma carta "em defesa das eleições". O grupo, que aglutina mais de 200 entidades e organizações da sociedade civil, também irá provocar o Poder Legislativo a reagir diante dos ataques e ameaças do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral.
"É inadmissível que o primeiro mandatário – ocupante do cargo que se situa na cúpula da estrutura hierárquica do Poder Executivo nacional e que, portanto, tem o dever de dirigir os rumos do país com serenidade e responsabilidade – valha-se de seu cargo para atuar de forma exatamente oposta a seus deveres jurídicos e institucionais", diz o documento, que pede que o Legislativo se manifeste como "claramente contrário a qualquer aventura golpista".
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A carta destaca que Bolsonaro dirige ao sistema eleitoral "críticas infundadas, dúvidas e afirmações desprovidas de respaldo técnico e racional". "É isenta de dúvidas a forma como o Brasil vem, ao longo de décadas, aprimorando e fazendo evoluir seu sistema de votação e de apuração de votos. Esse sistema que, em todas as eleições realizadas, entregou seus resultados dentro da mais ampla transparência e lisura, foi, inclusive, o sistema que permitiu que o atual presidente assumisse seu cargo e fosse diplomado", argumentam as entidades.
O documento que será entregue a Pacheco foi lido na terça (2) durante o "Ato em Defesa das Eleições e contra a Violência Política", ocorrido no Senado, com a presença de integrantes da Coalizão, parlamentares e representantes de embaixadas.
A carta pede, entre outras coisas, que o documento seja lido nos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado para que a sociedade tome conhecimento da vigilância exercida pela sociedade civil sobre a crise institucional que abala os Poderes.
A Coalizão firmou recentemente um compromisso com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no sentido de defender o sistema eleitoral dos ataques da ala bolsonarista. O grupo tem nova reunião agendada para a próxima segunda-feira (8) com o ministro do Edson Fachin.
Edição: Nicolau Soares