A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) deu prosseguimento a uma licitação para a compra de 458 mil de tubos de PVC, no valor de R$ 26 milhões, mesmo depois de um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) ter apontado irregularidades e recomendado a suspensão do contrato em suas ocasiões diferentes, segundo apuração da Folha de S. Paulo.
De acordo com o relatório da CGU, a compra, viabilizada por licitação simplificada e online de 2020, seria destinada a uma obra de irrigação na Bahia. Mas a Segunda Superintendência da Codevasf, responsável pela compra, não apresentou nenhum planejamento ou detalhamento do uso dos tubos. Nesse sentido, no relatório, a CGU deixou claro que “a Codevasf não deve se limitar a adquirir e repassar bens e suprimentos de forma automática, não deve se limitar a fazer compras, mas projetos, planejados e estruturados”.
O processo de compra dos quase 500 mil tubos havia sido suspenso devido às irregularidades apontadas pela CGU. Posteriormente, no entanto, a Codevasf diminuiu a quantidade para 294 mil unidades em outra licitação. Mas, segundo a CGU, o processo ainda apresentava irregularidades.
"Nessa oportunidade, apesar de ser tempestivamente alertada quanto às deficiências expostas, a empresa decidiu prosseguir com o certame. Agindo assim, mesmo diante das falhas existentes, a empresa se expôs aos riscos inerentes à compra", diz o relatório da controladoria.
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Para a CGU, o processo de pesquisa de preços e a quantificação dos produtos configuraram um conjunto de irregularidades que produziu um prejuízo de R$ 3,4 milhões aos cofres públicos. Os valores teriam chegado a 92% a mais em relação ao preço médio de mercado.
O caso faz parte da série de revelações de como as licitações são praticadas pela Codevasf desde que Jair Bolsonaro (PL) assumiu o governo. Durante seu governo, a estatal passou a receber bilhões de reais em emendas parlamentares e atuar na entrega de obras de pavimentação até mesmo em regiões metropolitanas. Em sua origem, a empresa foi criada para realizar projetos de irrigação no semiárido.
Entre 2018 e 2021, as emendas do relator destinadas à empresa subiram de R$ 302 milhões para R$ 2,1 bilhões. As emendas são distribuídas para congressistas de acordo com critérios políticos e foram usadas na construção da base de sustentação do governo no Congresso Nacional.
Entre os parlamentares que mais indicaram emendas à estatal, está o deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA): R$ 43 milhões. O parlamentar também é o responsável por indicar Marcelo Moreira para o cargo do presidente da Codevasf.
Quem mais repassou recursos por meio das emendas parlamentares à estatal foi Fernando Bezerra (MDB-PE), ex-líder do governo Bolsonaro no Senado. O congressista repassou todas as emendas a que teve direito à Codevasf: R$ 91 milhões. Já Elmar Nascimento aparece em terceiro lugar no ranking das maiores emendas. Ele destinou R$ 43 milhões em emendas direcionadas para a Codevasf.
::Gasto quase triplica, e Bolsonaro terminará mandato com R$ 93 bilhões em emendas parlamentares::
Desde então, a alocação dos recursos na Codevasf passa por crivos políticos, como afirmou a própria estatal. "Esses recursos são descentralizados à Codevasf a partir de articulações político-institucionais, as quais não estão vinculadas estritamente a um cronograma preestabelecido, o que de fato dificulta e/ou inviabiliza um planejamento preciso do dimensionamento da demanda a ser adquirida. (...) Os parlamentares, por meio de interações com lideranças e seus assessores, efetuam o levantamento de necessidades para balizar as aquisições e/ou contratações", afirmou a empresa.
Ex-ministros do STF assinam documento contra ataques ao processo eleitoral
Quatro ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, Carlos Ayres Britto, Cesar Peluso e Eros Grau, assinaram um documento na qual se posicionam contra às tentativas do presidente Bolsonaro em desacreditar o processo eleitoral brasileiro.
O manifesto será apresentado em 11 de agosto, durante um ato público na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no centro da capital. O objetivo é fazer uma reedição do ato que ocorreu durante a ditadura militar, no mesmo local em 1977, em que uma carta que denunciava as arbitrariedades do regime foi lida.
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A carta assinada pelos quatro ex-ministros contra o governo Bolsonaro também foi subscrita por cerca de mil juízes, procuradores e advogados, entre eles a ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge. “Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições”, diz um trecho da carta, duvulgada após novas ameaças golpistas feitas pelo presidente Bolsonaro. Em convenção partidária, o Partido Liberal (PL) oficializou a chapa de Jair Bolsonaro e do ex-ministro da Defesa Braga Netto à Presidência da República, neste domingo (24), no Rio de Janeiro.
Durante o evento, o capitão reformado aproveitou para incitar os seus apoiadores a saírem às ruas “uma última vez”, no 7 de Setembro. "Convoco todos vocês agora para que todo mundo, no 7 de Setembro, vá às ruas pela última vez. Vamos às ruas pela última vez", disse.
Depois, voltou a atacar os ministros do STF. "Esses poucos surdos de capa preta têm que entender o que é a voz do povo. Têm que entender que quem faz as leis é o Poder Executivo e o Legislativo. Todos têm que jogar dentro das quatro linhas da Constituição. Isso interessa a todos nós", afirmou.
Partidos oficializam Janones e Péricles como candidatos à Presidência
O Avante oficializou o nome do deputado federal André Janones (MG) à Presidência da República, neste sábado (23), em Belo Horizonte. Na ocasião, o advogado reforçou o seu posicionamento de que há um “golpe em curso” no Brasil, diante do comportamento do presidente Bolsonaro.
“Já temos um golpe em curso no País. As eleições vão decidir se continuaremos sendo governados por fascistas e golpistas ou vamos continuar tendo um regime democrático no Brasil”, afirmou Janones. “Não estamos vivendo em um estado democrático com os sistemáticos ataques feitos, dia e noite, contra a imprensa e o STF.”
Neste domingo (24), o Unidade Popular também oficializou a candidatura de Leonardo Péricles à Presidência, em convenção realizada em Natal.
Tarcísio de Freitas anuncia Marcos Pontes como pré-candidato ao Senado
O pré-candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou Marcos Pontes (PL), ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, como o candidato ao Senado de sua chapa, neste sábado (23), em Bauru, no interior paulista. "Time Jair Bolsonaro completo", disse Tarcísio na ocasião.
O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB), candidato ao Senado na chapa de Fernando Haddad (PT), se pronunciou sobre a escolha de Pontes na chapa de Tarcísio, durante convenção do PT realizada no mesmo dia.
"Eu tenho uma boa relação com o Marcos, ele foi até filiado do PSB, foi candidato a deputado federal comigo", disse. "Vejo que eles [bolsonaristas] têm que ter algum representante, demoraram para encontrar, e acho importante. Ele [Pontes] é uma pessoa que, dentro o grupo deles lá, era a que melhor representava, porque foi ministro do Bolsonaro. Fica bem codificada a identidade de cada um. E é o que o Haddad falou: são dois campos diferentes, e as pessoas vão poder fazer a sua opção".
Podemos anuncia apoio a Garcia em SP e a Leite no RS
O Podemos oficializou apoio à candidatura do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), à reeleição, e do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também à reeleição, neste domingo (24), durante convenções estaduais.
Agora, Garcia tem apoio de nove partidos: Podemos, União Brasil, Progressistas, Solidariedade, Patriota, Cidadania, MDB, Avante e Pros. Já Leite só tem o apoio oficial do União Brasil, além do Podemos.
Republicanos oficializa Mourão ao Senado pelo Rio Grande do Sul, em chapa de Onyx Lorenzoni
No Rio Grande do Sul, o Republicanos oficializou, no sábado (23), a candidatura do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, para disputar o Senado pelo estado. Mourão irá compor a chapa do ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL), candidato ao governo gaúcho.
"Tive o prazer de estar presente, neste sábado (23), na Convenção do meu partido - Republicanos/RS, ao lado de muitos dos meus colegas, conversando, trocando ideias e pensando no melhor para o nosso amado Rio Grande. Saio da Convenção CANDIDATO AO SENADO pelo Rio Grande do Sul", escreveu Mourão, em seu perfil no Twitter.
Segundo pesquisa Ideia/Exame, divulgada em 16 de julho, Lorenzoni tem 25% das intenções de voto, na frente de Eduardo Leite PSDB), que tem 20%.
PDT e PSD lançam chapa de Rodrigo Neves e Felipe Santa Cruz ao governo do Rio de Janeiro
O PDT e o PSD oficializaram a chapa que irá concorrer ao governo do Rio de Janeiros pelas siglas, neste sábado (23): o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT) para governador e o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Felipe Santa Cruz (PSD) para vice.
Segundo a pesquisa Genial/Quaest, divulgada em 14 de julho, Neves de 6% das intenções de voto, a mesma pontuação do ex-governador Anthony Garotinho (União Brasil). Ambos estão atrás do governador Cláudio Castro (PL), que tem 24%, e do deputado federal Marcelo Freixo (PSB), que pontuou 22%.
Em Minas, PSD oficializa Alexandre Kalil como candidato ao governo
Neste domingo (24), o PSD oficializou o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil como candidato ao governo de Minas Gerais. “Governar é tomar conta do povo que te elege”, disse Kalil, durante seu discurso na convenção.
No mesmo dia, a federação formada por PT, PV e PCdoB anunciou o deputado estadual André Quintão (PT) como vice na chapa de Kalil.
O ex-prefeito de Belo Horizonte aparece atrás de Romeu Zema (Novo) nas intenções de voto, segundo a pesquisa Real Time Big Data, divulgada em 21 de julho. O atual governador tem 44% das intenções, enquanto Kalil tem 33%.
Edição: Rodrigo Durão Coelho