Organizações nacionais e internacionais se reúnem nesta quinta-feira (23), às 9:30, para se opor à extradição de Julian Assange para os Estados Unidos. O evento ocorre durante a 50º Sessão Ordinária do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para denunciar os riscos criados pela decisão britânica de enviar o jornalista do WikiLeaks para solo estadunidense — onde pode ser condenado a passar o resto da vida atrás das grades.
Julian Assange, está detido na prisão de segurança máxima de Belmarsh, no Reino Unido, desde 2019, e é acusado pelos Estados Unidos de violar a Lei de Espionagem pela publicação, entre 2010 e 2011, de documentos confidenciais revelando crimes de guerra e campos de tortura no Iraque e Afeganistão. Se condenado, o jornalista poderá sofrer uma pena de até 175 anos de prisão.
Participam da live Stella Morris Assange, advogada e esposa de Assange, Jennifer Robinson, advogada no caso de Assange (do Escritório Doughty Street Chambers), Vijay Prashad, jornalista (Assembleia Internacional dos Povos) e Zuliana Lainez, vice-presidenta da FIJ (Federação Internacional dos Jornalistas). O objetivo do evento é demonstrar a oposição à extradição de Julian Assange e expressar suas severas preocupações em relação às violações dos direitos humanos, civis e políticos do jornalista.
Leia também: Decisão sobre extradição de Assange é "caso de liberdade de imprensa do século"
A presidenta das Federações Europeias de Jornalistas, Maja Sever, classificou a decisão britânica de extraditar Assange como "vergonhosa" e disse que ela irá alegrar "os autocratas e os inimigos da liberdade de imprensa".
Na última sexta-feira (17), a ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, autorizou o envio do jornalista para os EUA. Começou a correr, então, um prazo de 14 dias para a defesa contestar a decisão, renováveis por mais 14 dias, e então também um prazo de 10 dias para que haja uma resposta a essa contestação. Uma decisão final, todavia, pode ser tomada antes deste prazo.
Edição: Arturo Hartmann