O mundo amanheceu em alerta nesta quinta-feira (24) com os bombardeios do exército russo na Ucrânia. Desde janeiro, as tensões entre os dois países estão aumentando, o que movimentou a diplomacia global.
Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia emitiram sanções contra a Rússia. A Ucrânia rompeu relações diplomáticas com o país vizinho, acionou a lei marcial e pede apoio militar internacional.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) afirmou que não irá enviar tropas para o território ucraniano, mas deve proteger a fronteira dos seus países-membro com a Rússia.
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O governo russo assegura que seu operativo busca conter um "banho de sangue" na região separatista de Donbass e desmilitarizar a Ucrânia, assegurando que seus alvos são apenas as bases militares.
As tensões, na verdade, remetem ao ano de 2014, quando a Crimeia aprovou em referendo popular separar-se da Ucrânia e anexar-se à Rússia. Agora a região do Donbass, que inclui as Repúblicas Populares de Donestk e Lugansk, também contam com o apoio do governo russo para declarar sua independência de Kiev
Além do aspecto militar, questões econômicas também atravessam o conflito. A Rússia é o maior produtor de gás no mundo e abastece cerca de 40% da demanda europeia. Os EUA, maiores produtores de petróleo do mundo, buscam aumentar as exportações ao continente europeu.
Com o apoio de Moscou às repúblicas do Donbass, a Alemanha decidiu suspender a certificação do gasoduto russo Nord Stream 2, que transportaria 55 bilhões de metros cúbicos de gás à Europa. Enquanto isso, os EUA batem recorde de exportações do cru para a Europa e os preços do barril de petróleo chegam a maior alta desde 2014.
Para entender as origens do conflito e suas possíveis consequências, o Brasil de Fato irá entrevistar o professor de relações internacionais da Universidade Federal do ABC Paulista, Giorgio Romano Schutte e Cristina Soreanu Pecequilo, professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), nesta quinta-feira (24), a partir das 15h.
Edição: Arturo Hartmann