As autoridades francesas anunciaram nesta segunda-feira (27/12) uma série de medidas para conter as infecções, dias após o país bater o recorde de casos diários de covid-19.
O governo vai aumentar as exigências para a comprovação de vacinação, que passará a ser obrigatória para o acesso a restaurantes, eventos e viagens de longa distância.
O passaporte de vacina do país deixará de reconhecer como válida a apresentação de testes negativos de covid-19 a partir de 15 de janeiro, segundo informou o primeiro-ministro francês, Jean Castex. Essa medida, contudo, ainda requer aprovação do Parlamento.
As mudanças significam que a maior parte dos franceses terá de tomar a dose de reforço, que todos no país estão aptos a receber três meses após a aplicação da segunda dose da vacina contra o coronavírus.
A nova regra, porém, abre uma exceção para as lojas, às quais as pessoas poderão acessar, em muitos casos, sem ter de apresentar comprovante de vacinação. As escolas reabrirão normalmente após os feriados de fim de ano, no dia 3 de janeiro, sem restrições ao acesso dos alunos.
As máscaras serão exigidas para todas as pessoas que frequentarem as regiões centrais das cidades. O limite de público em eventos esportivos será de 2 mil em ambientes fechados e 5 mil nos abertos.
Nas três primeiras semanas de janeiro, as pessoas devem trabalhar a partir de suas casas ao menos três dias por semana, sempre que isso for possível. Não será mais permitido comer e beber nos transportes públicos, locais de esporte e cinemas. Isso somente será permitido nos restaurantes, com as pessoas devidamente sentadas.
Em janeiro, o Parlamento francês votará sobre liberar o acesso a todo tipo de local público somente para os vacinados, o que deverá valer também para cinemas, restaurantes, bares e teatros.
Mais de 100 mil casos em um dia
Castex afirmou que tais medidas têm como objetivo evitar o colapso do sistema de saúde e, ao mesmo tempo, proteger a economia de uma grave ruptura.
"Faremos de tudo para acelerar a vacinação e alcançar e convencer aqueles que não estão vacinados", disse Castex.
Ele afirmou que as UTIs dos hospitais somente não estão com ocupação máxima pelo fato de 90% dos adultos franceses estarem com esquema vacinal completo, algo que gera forte contraste com a situação de um ano atrás na França.
No último sábado, com o impulso gerado pela variante ômicron do coronavírus, a França superou a marca de 100 mil casos registrados em um só dia, algo inédito no país durante toda a pandemia de covid-19.