Abismo

BDF Explica a geopolítica da vacina e como a desigualdade global pode atrasar o fim da pandemia

Mundo já vacinou mais da metade da população, mas países pobres ainda têm índices baixíssimos de vacinação

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Manifestação contra a distribuição desigual de vacinas faz referência aos lucros dos grandes laboratórios - ©Alberto Pizzoli / AFP

O mundo vai encerrar 2021 com um marco importante para o controle da covid-19 no planeta: mais da metade (55%) dae sua população já foi vacinada. Esse índice, no entanto, esconde um processo de reafirmação de desigualdades que vem excluindo países pobres.

O BDF Explica desta semana fala sobre a geopolítica da vacina e conta por que o abismo social entre países pode impedir o controle do coronavírus.

:: Ômicron é mais contagiosa, porém menos agressiva, apontam testes preliminares em três países ::

Entre as nações mais ricas ou de renda alta o índice imunização já ultrapassa 75%, mas nas nações mais pobres, ele despenca para apenas 6,3%. Essa discrepância, além de injusta, coloca toda a humanidade em risco, porque abre caminho para surgimento de novas cepas.

Uma análise da situação de cada continente também traz dados desanimadores. Quase todas as regiões do mundo conseguiram ultrapassar mais de 60% das cidadãs e cidadãos. A única exceção é a África, que não chega nem a 13%.

O cenário é resultado de processos históricos de exclusão e políticas internacionais exploratórias. Mesmo países pobres que estão em continentes com vacinação avançada encaram dificuldades para imunizar a população. 

:: Padrão Bolsonaro: após queda, governo republica consulta pública sobre vacina em crianças ::

Embora as grandes potências do mundo estejam começando um processo de incremento na doação de vacinas, o movimento ainda é insuficiente para chegar à meta pretendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS): 40% das populações de todos os países protegidas até o fim do ano.  

Com o debate sobre a quebra de patentes andando a passos de tartaruga na Organização Mundial do Comércio (OMC), sobram os apelos na OMS dos governos das nações mais prejudicadas. Clique no vídeo abaixo e saiba mais,

Edição: Rodrigo Durão Coelho