Violência no campo

BA: Grupo armado leva terror a assentamento do MST: “Disseram que vão voltar e nos liquidar”

Ex-assentado se aliou a grupo bolsonarista no sul da Bahia e tem promovido ataques dentro da área do movimento

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Veículos foram incendiados e baleados pelos homens que atacaram o assentamento - Foto: MST

Na tarde da última terça-feira (30), moradores do assentamento Fábio Henrique, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), no município de Prado, no sul da Bahia, foram ameaçados de morte por um grupo armado, liderado por um dissidente do movimento na área.

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Um mês atrás, no dia 31 de outubro, um grupo fortemente armado entrou atirando no assentamento e ateou fogo em dois ônibus. Alguns militantes do movimento foram feitos de reféns e os carros do movimento foram alvos de diversos disparos.

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O ex-militante foi expulso da área pelo MST após tentar construir à força uma dissidência interna no assentamento. Se aliando a grupos bolsonaristas na região de Prado, que circulam armados pela região, o dissidente passou a ameaçar famílias no local.

Desde o ataque de 31 de outubro, homens armados ocupavam uma área dentro do assentamento Fábio Henrique. A presença desse grupo deixou o clima tenso na área e os assentados decidiram retomar a área, mas foram recebidos à bala.

“Durante esses trinta dias, foi um clima de terror nesse acampamento. O indivíduo, que diz ser dono de um lote, causou um terror e tenta recrutar famílias para fazer segurança para ele. Há três dias, os bandidos, milicianos, começaram a rondar o acampamento de resistência, onde estão centenas de famílias”, explica Eliane Oliveira, da direção do MST na Bahia.

“Na manhã de ontem (30), as famílias sem terra avançaram até o lote em que esses indivíduos estavam. Quando as famílias se aproximaram, esses bandidos atiraram e correram para dentro da mata. Eles estão mandando recado, disseram que vão voltar e nos liquidar. Estamos vivendo um momento de muito terror e medo”, encerra Oliveira.

O Brasil de Fato solicitou informações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia sobre o caso, mas até o momento não houve resposta. 

A reportagem pode ser atualizada a qualquer momento com mais informações.

Edição: Anelize Moreira