ARGENTINA

Oposição vence eleições legislativas na Argentina, mas peronismo recupera terreno

Peronismo perde maioria absoluta no Senado para oposição de direita, mas continua com maior bancada na Câmara

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Eleições renovaram 127 de 257 assentos da Câmara dos Deputados e 24 de 72 do Senado - Camara Electoral

Os resultados provisórios das eleições legislativas na Argentina, divulgados após o encerramento da votação nesse domingo (14), apontam para uma liderança da aliança oposicionista Juntos pela Mudança.

Com mais de 90% das urnas apuradas, o governo de Alberto Fernández, representado pela coalizão Frente de Todos, angariou 33% dos votos, contra 42% da aliança oposicionista. Ainda nos resultados, o bloco da esquerda angariou cerca de 6% e os liberais 5%. 

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As eleições deste domingo renovaram, precisamente, 127 de 257 assentos da Câmara dos Deputados e 24 de 72 do Senado. Se a configuração apontada pelos resultados preliminares for mantida, esta será a primeira vez, de acordo com o jornal Clarín, desde 1983, que o peronismo ficará sem maioria na Câmara Alta do país. 

Segundo o jornal Infobae, com essa configuração, o peronismo será obrigado a buscar aliados com partidos provinciais, como Río Negro e Neuquén.

Fernández, após a divulgação dos resultados provisórios, afirmou que agora "começa a segunda etapa" de seu governo, declarando que o população argentina "necessita de uma oposição patriótica".

"Precisamos que as grandes maiorias gerem consenso para chegar a um acordo sobre uma agenda tão compartilhável quanto possível. Nosso povo precisa de uma oposição patriótica", disse.

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Da mesma forma, Fernández criticou o governo anterior por seu endividamento. "É hora de resolver o problema da dívida do governo que me precedeu com o Fundo Monetário Internacional", disse ele. Por sua vez, frisou que se aproxima "uma nova etapa" para o país e reconheceu "ter cometido erros" durante a sua gestão.

O pleito era crucial para o presidente, pois pode definir a sua margem de manobra nos dois anos que faltam de sua presidência. Dessa forma, o Frente de Todos buscava manter maioria nas casas legislativas, já que as primárias que ocorreram em 12 de setembro no país mostraram queda na votação peronista, que ficou 10 pontos abaixo da oposição. 

Além disso, a votação de setembro desencadeou uma crise política que culminou com a renovação de metade do gabinete, após críticas da vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner.

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O ministro do Interior, Eduardo “Wado” de Pedro, afirmou que ainda existem "diversas províncias com diferenças muito pequenas" que marca quase uma "paridade", pedindo “prudência” para que a contagem de votos continue porque “quando há diferenças tão pequenas é melhor deixar a contagem continuar a avançar”.

Em declarações à imprensa, De Pedro também destacou sua satisfação com o processo eleitoral que hoje transcorreu sem problemas, assim como o valor da democracia. A votação marcou uma participação que oscilava entre 71% e 72%, o que assinalava um maior comparecimento em comparação com o que foram as primárias.

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