A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério de Saúde da Rússia chegaram a um acordo, no último sábado (2), para levantar as barreiras que impediam o registro de uso emergencial da vacina Sputnik-V, segundo o governo russo. O ministro de saúde Mijaíl Murashko disse que seu país respondeu todos os questionamentos da OMS em relação à segurança e a respota imune (imunogenicidade) da vacina.
Após o encontro em Genebra, o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus agradeceu o "encontro construtivo" e os esforços do funcionário russo para acelerar o processo de entrada na lista de uso emergencial.
Cпаси́бо, Mikhail Murashko, #Russia Health Minister, for your visit and constructive meeting about the new @WHO initiatives such as: #WHOAcademy, BioHub, and Hub for Pandemic and Epidemic Intelligence in Berlin, as well the WHO Emergency Use Listing process for #COVID19 vaccines. pic.twitter.com/sC1JLqSZuR
— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) October 1, 2021
Em junho, um grupo de especialistas da OMS havia apontando irregularidades nos laboratórios do Instituto Gamaleya, o que atrasou a inclusão da fórmula Sputnik V na lista de uso emergencial da OMS, apesar de ter sido a primeira solicitação protolocada no organismo. O documento questiona padrões de "boas práticas de manufatura", mas não a efetividade da vacina.
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No entanto, a vacina já está sendo utilizada em 70 países, atingindo uma população de cerca de 4 bilhões de pessoas. Após um ano do registro, foram produzidas cerca de 40 milhões de doses, segundo o governo russo.
Na América Latina, o imunizante é produzido pela Argentina e envasado no México. O presidente peruano Pedro Castillo também anunciou que está em negociação com a Rússia para habilitar um laboratório no seu país.
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A fórmula utiliza como base vetores de adenovírus que se acoplam ao vírus e impedem sua reprodução. De acordo com testes clínicos, a eficácia do imunizante é de 91,6% contra a variante Alpha e de 83% contra a variante Delta do vírus sars-cov2.
Além de reunir-se com o diretor da OMS, o ministro russo também se encontrou com representantes dos Estados Unidos para acordar o reconhecimento mútuo das vacinas produzidas por laboratórios de ambos países.
Edição: Daniel Lamir