A vice-presidenta Delcy Rodríguez denunciou os Estados Unidos como responsáveis por um ataque cibernético ao Banco da Venezuela, desabilitando todos os serviços durante uma semana. O atentado afetou o sistema central do maior banco do país, com 14 milhões de usuários ativos. Os serviços foram restabelecidos na última terça-feira (21) e, segundo a vice-presidenta, apesar de estar fora do ar, 90% das operações realizadas na plataforma bancária desde o dia 15 de setembro foram registradas.
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A pane no Banco da Venezuela aconteceu duas semanas antes de ser implementada a nova reforma econômica, com a reconversão monetária do Bolívar Soberano em Bolívar Digital.
"Não é casual que esse ataque aconteça contra a maior entidade bancária nacional, por onde os venezuelanos recebem seus bônus, e a pouco tempo de implementarmos o Bolívar Digital", afirmou em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (22).
Rodríguez afirmou que os ataques foram realizados por computadores com IPs (espécie de endereço digital de dispositivos conectados na internet) dos Estados Unidos. Por questão de segurança, o sistema suspendeu todos os acessos públicos à plataforma bancária, iniciando um processo de recuperação de dados que tardou 130 horas.
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A vice-presidente venezuelana ainda afirmou que foi formada uma comissão especial para investigar o caso, mas que o Banco da Venezuela já está completamente ativo, realizando 4.200 operações por segundo e com cerca de 70 mil usuários simultâneos na plataforma.
A partir de 1º de outubro será implementada a nova moeda nacional venezuelana com seis casas decimais a menos que o atual Bolívar Soberano. A mudança busca avançar na digitalização da economia venezuelana e conter a hiperinflação, que acumula 470% somente em 2021.
Edição: Thales Schmidt